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Educação Matemática: Pesquisa em Movimento

Obra revela um perfil vivo e dinâmico da pesquisa nessa disciplina

Heidi Strecker


Obra atual e de grande interesse, "Educação Matemática: Pesquisa em Movimento" reúne 
trabalhos de dezesseis professores pesquisadores da Unesp na área de matemática, 
com foco em educação. O conjunto revela um perfil vivo e dinâmico da pesquisa nessa 
 disciplina. A leitura desses ensaios pode aperfeiçoar a prática docente, estimulando o 
professor a buscar novos recursos pedagógicos, mostrando as possibilidades de pesquisa na 
área e oferecendo uma bibliografia atualizada dos diversos campos da educação matemática.
Os vários ensaios que compõe o livro expõem o campo de interesse de cada pesquisador, 
seus objetivos e seus métodos de trabalho. Os temas são abrangentes e podem enfatizar 
desde a educação matemática indígena até o ensino de matemática à distância.
Por exemplo, o artigo de Claudemir Murari ("Espelhos, caleidoscópios, simetrias, jogos e 
softwares educacionais no ensino e aprendizagem de geometria") trata da construção de caleidoscópios e do uso de espelhos no estudo da geometria, no desenvolvimento do 
raciocínio lógico e da capacidade de abstração. Por sua vez, o artigo de Maria Lucia L. 
Wodewotski e Otavio Roberto Jacobini ("O ensino de estatística no contexto da educação matemática") faz uma reflexão sobre o ensino de estatística em sala de aula. Questões teóricas também cercam o artigo do professor dinamarquês Ole Skovsmose, que discute questões 
relevantes sobre a importância social da Matemática. Lidos em conjunto, os textos fornecem 
um caleidoscópio rico e variado sobre a pesquisa em educação matemática.

Indicações

O livro "Educação Matemática: Pesquisa em Movimento" está voltado diretamente para pesquisadores e professores de Matemática, e é altamente recomendado para a atualização pedagógica e teórica do professor. No entanto, por ter uma linguagem acessível e uma abordagem clara dos temas, também se recomenda ao grande público interessado no assunto.
FONTE: http://educacao.uol.com.br/resenhas/educacao-matematica-pesquisa-em-movimento.jhtm
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Direito Administrativo Descomplicado - 20ª edição, Revista e Atualizada + Caderno de Questões Cód. do Produto: 1341

Autores: Vicente Paulo - Marcelo Alexandrino
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Os Professores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo têm, como relevante diferencial, singular capacidade de transportar para a escrita a mesma didática que os caracteriza nas salas de aulas, pela qual conseguem tratar de temas altamente complexos de forma objetiva e cristalina, em linguagem descomplicada, amplamente acessível. A maestria na comunicação, a clareza na abordagem dos assuntos, a empatia com seu público e a preparação podem explicar parte do sucesso de aceitação de suas obras.

Direito Administrativo Descomplicado é reflexo das características apontadas acima. O livro aborda todos os temas relevantes da disciplina, contemplando o conteúdo de editais dos principais concursos públicos, como também os programas das universidades do País, tudo com o rigor científico que exige a matéria.

Complementarmente, apresenta uma extensa seleção de exercícios extraídos de provas de importantes bancas examinadoras, organizados por assunto, o que permite uma eficaz fixação do conteúdo estudado.


Marcelo Alexandrino

Professor de Direito Administrativo e Direito Tributário em cursos preparatórios para concursos públicos em Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, entre outras capitais. É instrutor da Escola de Administração Fazendária do Ministério da Fazenda (ESAF) e autor, em parceria com o Professor Vicente Paulo, de diversas obras jurídicas.

Vicente Paulo

Professor de Direito Constitucional em cursos preparatórios para concursos públicos em Brasília, 

Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, entre outras capitais. É instrutor da Escola de Administração Fazendária do Ministério da Fazenda (ESAF) e autor, em parceria com o Professor Marcelo Alexandrino, de diversas obras jurídicas.
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Direito e Processo do Trabalho na Administração Pública e Fazenda Pública: livro publicado!

Por  •  16 abr 2012  •  Notícias  •  4 Comentários
dIreito do trabalho processo do trabalho fazenda pública administração pública advocacia pública agu rogerio neiva advogado da união pfn pgf procurador procuradoria neiva1.jpg
Já está publicado o mais novo livro que escrevi, o qual trata do Direito do Trabalho 
aplicado à Administração Pública e da Fazenda Pública em juízo no Processo do Trabalho.
O livro é dividido em duas partes, uma de direito material e outra de direito processual, 
sendo desenvolvido a partir de temas pontuais, ordenados logicamente e coerente com a 
dinâmica do Direito e do Processo do Trabalho. Por exemplo, na parte do Direito 
Laboral, foi observada a sequência da dinâmica da relação de emprego – 
pautada pelo estabelecimento do contrato de trabalho, desenvolvimento e 
extinção. Ainda observando esta ordenação lógica, primeiramente são tratados 
aspectos relacionados ao Direito Individual, para, depois, tratar do Direito Coletivo.
Este projeto editorial, publicado pela Editora Método, é fruto do estudo e 
acompanhamento dos temas abordados, bem como da experiência adquirida no 
exercício do cargo de Procurador de Estado e Advogado da União, bem como 
na condução do juízo de precatórios do TRT da 10a Região.
A intenção é que a obra contribua principalmente com aqueles que buscam 
a aprovação em concursos públicos das carreiras da Advocacia Pública.





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RESENHAS
PROF. C. A. DOS SANTOS
INSTITUTO DE FÍSICA - UFRGS



Resenha do livro Buracos Negros, Universos-Bebês e outros ensaios, de Stephen Hawking, tradução de Maria Luiza X. de A. Borges. Editora Rocco. Publicado no jornal Zero Hora (Caderno Cultura), Porto Alegre, 29/07/95
Stephen Hawking, um dos mais carismáticos 
entre os físicos contemporâneos, brilhante 
cientista da  Universidade de Cambridge, 
faz parte desse reduzido grupo de cientistas 
que, preocupados em transmitir seus 
conhecimentos ao público leigo, 
contribuem qualificadamente para a 
literatura de divulgação científica. 
Nos treze  ensaios do seu mais recente 
livro, Buracos negros, universos-bebês 
e outros ensaios
Hawking retoma alguns dos temas 
abordados no seu primeiro  best-seller, 
Uma breve história do tempo, e enfoca 
com singeleza questões pertinentes à 
sua vida pessoal. Nesta resenha 
mostra-se como a excelente qualidade 
do texto de Hawking foi dramaticamente 
prejudicada pela péssima tradução. 
Em geral os tradutores desconhecem o 
tema e o jargão próprio utilizado no país, 
o que os leva a cometer erros grosseiros ou, 
no mínimo, à utilização de termos 
impróprios. Texto completo

Resenha do livro Sutil é o Senhor... de Abraham Pais, tradução de Fernando Parente e Viriato Esteves. Editora Nova Fronteira. Publicado no jornal Zero Hora (Caderno Cultura), Porto Alegre, 08/07/95
Importantes fatos da vida científica e 
pessoal de Einstein são apresentados 
nesta magnífica obra de Abraham 
Pais, recomendável para a biblioteca  de 
qualquer pessoa culta, e obrigatória na 
cabeceira de qualquer cientista. 
Entre todos os que escreveram sobre Einstein 
- certamente o físico mais biografado 
de todos os tempos - Abraham Pais parece 
ser o mais qualificado. Físico teórico de 
reconhecida competência, professor emérito 
da Universidade Rockefeller, 
Nova York, Pais conviveu com Einstein de 
1946 a 
1955. Texto completo

Resenha do livro Einstein viveu aqui de Abraham Pais, tradução de Carolina Alfaro. Editora Nova Fronteira Publicado no jornal Zero Hora (Caderno Cultura), Porto Alegre, 28/06/97
Nesta resenha mostra-se que depois de Subtle 
 is the Lord  (Sutil é o Senhor), Abraham 
Pais produziu mais uma 
obra-prima sobre Albert Einstein. 
Mostra-se que a complexa personalidade 
do genial cientísta alemão, faz de Einstein 
viveu aqui uma obra recomendável para a 
biblioteca de qualquer pessoa culta, e 
indispensável na cabeceira de qualquer 
cientista. Texto completo

Resenha do livro Einstein. A ciência da vida, de Denis Brian, tradução de Vera Caputo. Editora Ática. Publicado no jornal Zero Hora (Caderno Cultura), Porto Alegre, 15/08/98
Consta do folclore que, examinando uma
 tese de doutorado Mário Schenberg, 
saudoso professor do Instituto de Física da 
USP, teria dito: "a tese tem novos 
e bons resultados, mas os novos não são bons, 
e os bons não são novos". Semelhante 
sentença pode ser aplicada a Einstein – 
A ciência da vida, a mais recente biografia desta 
iconoclástica personalidade, publicada no Brasil. 
Nesta resenha tenta-se mostrar que, 
parafraseando Schenberg, as informações 
relevantes apresentadas por Brian não são 
novas, e as novas beiram a futilidade.  
Texto completo

Resenha do livro Uma breve história do infinito, de Richard Morris, tradução de Maria Luiza X. de A. Borges. Jorge Zahar Editor. Publicado no jornal Zero Hora (Caderno Cultura), Porto Alegre, 17/04/99
Ao folhear este livro me vi tomado por uma 
sensação preconceituosa. Um texto com pouco 
mais de 200 páginas, indo da tartaruga de 
Zenão ao zoológico celestial, haveria de ser 
encarado com alguma reserva. 
Textos de divulgação científica trazem-me à 
memória aquela anedota do sujeito que, como 
pianista era ótimo matemático. Um texto de 
divulgação científica conceitualmente 
equivocado pode causar sérios danos ao 
nível cultural do 
grande público. Felizmente não é este o caso 
do presente livro. Todavia, embora 
conceitualmente correto, o trabalho de 
Morris é claramente destinado aos neófitos 
em física, astronomia e matemática. 
Além do mais, e felizmente sem grandes 
prejuízos, o livro cai na armadilha da 
simplificação, 
uma conseqüência inevitável da extensão 
do tema abordado.Texto completo

Resenha do livro Einstein apaixonado, de Dennis Overbye. Globo (2002). Publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 26, n.1, p.87-88 (2004).
O parágrafo de abertura de Einstein 
Apaixonado, livro recentemente publicado 
por Dennis Overbye, é um magnífico 
prenúncio de que o mito Albert Einstein será 
revelado em toda a sua complexidade 
psicológica. Overbye manipula bem as 
palavras e constrói frases bem acabadas. 
A maravilhosa construção do primeiro 
capítulo deixa o leitor sedento pela 
continuidade da leitura. Overbye mantém 
esta expectativa em bom ritmo até o início 
do quarto capítulo, quando ele se desvia do 
caminho sugerido e toma o rumo das 
biografias clássicas, com soluções 
perturbadoras. Em suma, Einstein 
Apaixonado nos brinda com maravilhosos 
trechos isolados, sobretudo aqueles nos quais 
vislumbramos o bem-traçado perfil de um 
mitológico Einstein. Por outro lado, o autor 
não conseguiu manter o mesmo nível de 
qualidade quando investiu nas discussões de 
conceitos físicos. Texto completo

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Resenha do livro Buracos Negros, Universos-Bebês e outros ensaios, de Stephen Hawking, tradução de Maria Luiza X. de A. Borges. Editora Rocco.
Publicado no jornal Zero Hora, Caderno Cultura, 29/07/95
Stephen Hawking, um dos mais carismáticos entre os físicos contemporâneos, brilhante cientista da Universidade de Cambridge, faz parte desse reduzido grupo de cientistas que, preocupados em transmitir seus conhecimentos ao público leigo, contribuem qualificadamente para a literatura de divulgação científica. Nos treze ensaios do seu mais recente livro, Buracos negros, universos-bebês e outros ensaios, Hawking retoma alguns dos temas abordados no seu primeiro best-seller, Uma breve história do tempo, e enfoca com singeleza questões pertinentes à sua vida pessoal.
Os três primeiros capítulos do livro são breves ensaios autobiográficos sobre sua infância, seu período de estudos nas Universidades de Oxford e de Cambridge e sobre sua experiência com a ELA, esclerose lateral amiotrófica, a doença que vem minando sua vida há mais de trinta anos. Dados pessoais também estão presentes no último capítulo, onde se reproduz uma entrevista dada ao programa Desert Island Discs da BBC, no Natal de 1992.
Além do festejo pelo lançamento de mais um título, sempre convém questionar: para que serve a divulgação científica? Abordando essa questão em um dos ensaios do livro, Hawking defende o princípio de que numa sociedade democrática "o público precisa ter uma compreensão básica da ciência, de modo a poder tomar decisões com conhecimento de causa em vez de deixá-las nas mãos dos especialistas", e dá como exemplo o caso das armas nucleares; para Hawking, esta é a mais importante questão sobre a qual o público terá de tomar decisões num futuro próximo. Ao lado desse aspecto utilitário, a ciência, particularmente a astronomia, desperta grande interesse no público, como o atestam a grande popularidade da literatura de ficção científica e as grandes audiências alcançadas por séries de televisão, como Cosmos. Esse é um interesse de natureza cultural merecedor de atenção, e em função do qual devemos ter uma atitude crítica frente à publicação de cada novo título.
A popularização da ciência, pelas suas próprias características e pelo seu público-alvo, é algo capaz de nos reservar inúmeras armadilhas. Diferentemente de um texto técnico-científico, sobre o qual o público-alvo tem (pelo menos deveria ter) profundo conhecimento, sendo capaz de entender linhas e entrelinhas, o texto de divulgação científica destina-se a quem seja capaz de compreender não muito mais do que conclusões e generalizações de complexas e extensas pesquisas científicas. Assim, o leitor tem pelo menos dois tipos de postura frente a essas duas modalidades de literatura. No caso da produção técnico-científica, a análise do conteúdo é o bastante para uma avaliação do mérito. Já no caso da divulgação científica, a qualificação da fonte de informação é, em primeira instância, o elemento fundamental, uma vez que o leigo pode tornar-se vítima fácil de artimanhas verbais; erros grosseiros transformam-se em verdades quando verbalmente bem articulados.
Ser respeitado pelos seus pares é o primeiro requisito para um cientista tornar-se fonte fidedigna para a divulgação científica; depois vem sua capacidade para elaboração de um texto acessível e agradavelmente fluente. Hawking satisfaz os dois requisitos. Ocupante da cátedra que foi de Isaac Newton, como Lucasian Professor of Mathematics na Universidade de Cambridge, ele é responsável por consideráveis avanços na cosmologia moderna, destacando-se seus resultados sobre os buracos negros e os universos-bebês. Portanto, nos seus livros de divulgação científica, Hawking fala daquilo que sem dúvida nenhuma entende como poucos. Mais do que isso, tem um texto agradabilíssimo. Os complicados resultados das suas pesquisas são apropriadamente reduzidos a aforismos deliciosamente bem-humorados, como na discussão do princípio antrópico, que ele assim enuncia: "As coisas são como são porque nós existimos". A descoberta de que a radiação cósmica de fundo tinha o espectro característico da radiação emitida por um corpo a uma temperatura de apenas 2,7 graus acima do zero absoluto, o levou a escrever: "o universo é um lugar frio e escuro". Discutindo o fato de que o buraco negro preserva apenas a massa, o momentum angular e a carga elétrica do que objeto que o originou, ele conclui: "um buraco negro não tem cabelos". Quando descobriu que um buraco negro podia emitir algum tipo de radiação, resumiu tudo dizendo: "os buracos negros não são tão negros".
Abordando o significado de uma teoria grã-unificada, uma "teoria de tudo", Hawking faz, no ensaio Meu ponto de vista, um breve e amargo paralelo entre o trabalho do físico e o do filósofo da ciência, um tema que freqüentemente causa polêmica. Para ele, muitos dos filósofos da ciência são "físicos frustrados que, achando difícil demais inventar novas teorias", resolveram dedicar-se à interpretação de estudos passados, não sendo capazes de entender a fronteira atual da física. O libelo tem motivação explícita: o fato de alguns filósofos qualificarem a abordagem de Hawking de ingênua e simplória, e de o chamarem de nominalista, instrumentalista, positivista, realista e outros istas.
Há uma clara diferença entre fazer ciência e interpretar, a posteriori, os resultados obtidos. "As pessoas que realmente promovem os avanços da física teórica não pensam segundo as categorias que os filósofos e historiadores da ciência inventam posteriormente para elas", afirma Hawking. Quem faz ciência tem a nítida sensação de que os filósofos estão para eles assim como os críticos de arte estão para os artistas. Quando escreveu seus primeiros trabalhos sobre a teoria da relatividade, Einstein certamente não estava preocupado em saber se era realista ou instrumentalista; estava interessado simplesmente no fato de que as teorias existentes não se encaixavam. Hawking é mais ácido ainda quando afirma: "Há 25 anos sabemos que a teoria da relatividade geral de Einstein prevê que o tempo deve ter tido início numa singularidade [big-bang], há 15 bilhões de anos. Mas os filósofos ainda não conseguiram apreender essa idéia. Até hoje estão às voltas com os fundamentos da mecânica quântica, estabelecidos há 60 anos. Não se dão conta de que a fronteira da física se deslocou".
A idéia de uma teoria unificada completa, ou teoria grã-unificada, como Hawking a denomina, é o ponto de convergência de todos os ensaios do livro. Tal teoria seria obtida quando conceitos da mecânica quântica fossem convenientemente aplicados a problemas cosmológicos, ou, como desejava Einstein, quando a teoria da relatividade geral e a teoria quântica fossem fundidas na teoria do campo unificado, uma tarefa que ele não conseguiu realizar. No início deste século, Einstein criou praticamente sozinho a teoria da relatividade e desempenhou um papel importante no desenvolvimento da mecânica quântica, mas afastou-se desta quando, na década de 1920, aspectos probabilísticos foram exaustivamente utilizados. Há uma frase famosa que lhe é atribuída, e que reflete seu sentimento frente a essa questão: "Deus não joga dados". No ensaio O sonho de Einstein, Hawking expõe as idéias básicas dessas duas teorias e mostra por que a mecânica quântica deixava Einstein tão insatisfeito.
O ensaio seguinte, A origem do universo, é soberbo, uma obra-prima de síntese e clareza para quem tem um mínimo de conhecimento de física, ou uma boa formação em outras áreas do conhecimento. É verdade que Hawking não é capaz de tudo tornar inteligível para o leigo, menos pela sua capacidade intelectual do que pela característica do tema que aborda. Por exemplo, inevitavelmente ele introduz o conceito de tempo imaginário, algo incompreensível para quem nunca estudou números complexos. A propósito, no ensaio Meu ponto de vista, Hawking menciona um ataque que sofreu de um filósofo da ciência por falar em tempo imaginário, mas ele acha que "esse filósofo estava confundindo números reais e imaginários, que são termos técnicos da matemática, com os termos real e imaginário tal como usados na linguagem comum".
Apesar do poder de síntese e da clareza do autor, o tema é intrinsecamente difícil. Acrescente-se a essa dificuldade uma que é própria das obras técnico-científicas traduzidas no Brasil. Em geral os tradutores desconhecem o tema e o jargão próprio utilizado no país, o que os leva a cometer erros grosseiros ou, no mínimo, à utilização de termos impróprios. Este é um fato que sistemática e incompreensivelmente se observa no país. A comunidade científica ficou horrorizada com a tradução de Uma breve história do tempo, e vai continuar se horrorizando, talvez em menor intensidade, com a tradução dessa nova obra de Hawking. Para preservar a excelente qualidade do original, dedicaremos um espaço para discutir alguns dos erros e impropriedades observados na tradução.
Errata não autorizada
Alguns dos erros mencionados aqui aparecem mais de uma vez, mas indicamos apenas uma das páginas em que ele ocorre.
Há um erro grave na página 83, quando se diz que: "... a estrela gerará calor em seu centro mediante a conversão de oxigênio em hélio". Na verdade, o que existe é a conversão de hidrogênio em hélio, como se vê no original, "...the star will generate heat at its center by converting hydrogen into helium".
A primeira teoria da relatividade de Einstein, que em inglês recebeu a denominação de special theory of relativity, é denominada pela maioria dos físicos brasileiros e portugueses como teoria da relatividade restrita. Denominação semelhante também é usada pelos físicos franceses. No presente livro a expressão foi traduzida como teoria da relatividade especial, uma alternativa geralmente utilizada quando a tradução é feita por leigos.
Uma impropriedade foi usada quando se traduziu quantum field theories como teorias de campo quânticas [p. 83], quando dever-se-ia ter usado teorias quânticas de campo. A expressão quantum mechanics, com as palavras separadas, significa mecânica quântica, conforme se usou na tradução, mas quando essas palavras são unidas por um hífen, quantum-mechanical, elas não podem ser traduzidas como mecânico-quântico [p. 87]. A literatura portuguesa consagrou a expressão quantum-mecânico.
Outro termo anglo-saxônico que causa muita confusão nas traduções é gravity. Algumas vezes esse termo é usado no sentido de gravidade, e outras vezes como gravitação. Mesmo em inglês, há as duas alternativas, gravity e gravitation. Há quem use o termo theory of gravitation, e quem use theory of gravity no sentido de teoria da gravitação. É necessário que o tradutor entenda o contexto para usar a denominação correta. Por exemplo, a constante G que Hawking denomina Newton’s constant of gravity, é denominada nos livros-textos brasileiros simplesmente como constante da gravitação universal, ou constante gravitacional, ou mesmo constante da gravitação de Newton, mas jamais como constante da gravidade de Newton, conforme foi usado na tradução [p. 84]. Ao longo do livro existem vários trechos onde se verifica o uso inadequado dos termos gravidade e gravitação.
Na p. 76 lê-se: "pano de fundo de microondas", resultado da tradução de "background of microwave radiation". Ora, a expressão original é conhecida pelos especialistas simplesmente como radiação de fundo, ou radiação cósmica de fundo. A expressão usada na tradução não faz o menor sentido.
Na p. 88, lê-se: "mensageiros da energia gravitacional", resultado da tradução de "carriers of gravitacional energy". No Brasil usa-se a expressão portadores da energia gravitacional.
Na p. 98, lê-se: "tamanho da carga elétrica", como tradução para "size of the electric charge". O termo size é aqui usado como a medida ou quantidade de alguma coisa, não como tamanho. Portanto, ficaria mais adequado usar, por exemplo, "magnitude da carga elétrica".
Na p. 119, lê-se: "É possível que o universo primitivo tenha passado pelo que chamamos de uma fase de transição". No original lê-se: "It is possible that the early universe underwent what is called a phase transition". Há um sério equívoco na tradução de phase transition, que não significa fase de transição, mas transição de fase, que é um fenômeno relacionado com a mudança de estado da matéria. Por exemplo, no caso da água há uma transição da fase líquida para a gasosa quando ela ferve, e da fase líquida para a sólida quando ela congela.




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Resenha do livro Sutil é o Senhor... de Abraham Pais, tradução de Fernando Parente e Viriato Esteves. Editora Nova Fronteira
Publicado em Zero Hora (Caderno Cultura), Porto Alegre 08/07/95
Grande parte do atual estágio tecnológico é conseqüência direta daquilo que hoje se denomina física moderna, a revolução científica iniciada em fins do século passado. Em várias etapas desse processo revolucionário, vê-se a significativa participação de Einstein. É verdade que ele tornou-se mundialmente popular pela sua teoria da relatividade, mas suas contribuições não são menos importantes em outras áreas da física. Em 1905, além de dois artigos sobre a teoria da relatividade restrita, ele foi o responsável pela introdução do revolucionário conceito de quantum de luz, ao explicar o mistério que rondava o efeito fotoelétrico desde 1887. Como se isso fosse pouco, ele explicou o movimento browniano, outro desafio que persistia desde o início do século 19. Incluindo a tese de doutoramento, apresentada à Universidade de Zurique, Einstein produziu seis magníficos trabalhos naquele anno mirabile. Ninguém, antes ou depois, alargou tanto os horizontes da física em tão curto espaço de tempo.
Essa fantástica contribuição ao avanço da ciência foi apresentada por um jovem de 26 anos, vivendo à margem da sociedade burguesa e enfrentando todo tipo de adversidade material e preconceito racial. Do nascimento em Ulm (1879), pequena cidade ao sul da Alemanha, à juventude em Zurique, Einstein, para usar um dito popular, comeu o pão que o diabo amassou. Entre mudanças de cidades e falências das empresas do seu pai, Einstein enfrentou o autoritarismo da escola secundária alemã, e os preconceitos à sua condição de judeu. Em 1896, após a conclusão do secundário, é aceito no Instituto Politécnico Federal da Suíça, o ainda hoje famoso ETH (Eidgenössisch Technische Hochschule) de Zurique. Ali torna-se grande amigo de Marcel Grossmann, que, aluno aplicadíssimo, emprestava seus cadernos para que Einstein pudesse preparar-se para os exames. Em 1905, Einstein dedica-lhe a tese de doutoramento. Entre seus colegas de classe, uma jovem de origem sérvia, Mileva Maric, virá a ser sua primeira mulher, com quem terá dois filhos: Hans Albert (1904-1973) e Eduard (1910-1965).
Para fugir ao tédio das monótonas aulas no ETH, Einstein decide gazeteá-las, aproveitando o tempo livre para ler obras de física teórica. Devora livros e mais livros que seus professores deixavam de lado: Boltzmann, Helmholtz, Hertz, Kirchhoff, Maxwell. . . Ao concluir o curso, em agosto de 1900, tenta ocupar o cargo de assistente do seu ex-professor Hurwitz, mas perde o emprego`por influência do seu ex-orientador, H.F. Weber; começam aqui as manifestações de má vontade de seus ex-professores.
Em 1901 Einstein consegue apenas empregos temporários, como professor substituto em escolas secundárias, onde aproveita o tempo para iniciar suas investigações científicas. Escreve uma tese de doutoramento, que não foi aceita pela Universidade de Zurique (uma nova tese viria a ser aceita em 1905). Com a ajuda do pai de Marcel Grossmann, Einstein recebe a promessa do seu primeiro emprego permanente, no Departamento Suíço de Patentes. Antes mesmo de ser convocado para uma entrevista, ele pede demissão de um emprego numa escola particular, em Schaffhausen, e se instala em Berna em fevereiro de 1902. Cria, com os amigos Conrad Habicht e Maurice Solovine, a Akademie Olympia. Ao lado de Paul Habicht, Michele Besso e Marcel Grossmann, esse grupo de boêmios, recém-formados procura de emprego, constitui uma contra-cultura das mais profícuas da história da ciência. Pode-se comparar a Akademie Olympia ao grupo de discussão liderado por Freud, que na mesma época se reunia em Viena. As discussões na academia giravam em torno de ciência, filosofia e política, a partir das idéias de Marx, Mach, Spinoza, Poincaré, Sófocles, etc. Com esses colegas, Einstein discute seus primeiros trabalhos sobre a teoria da relatividade restrita.
A teoria da relatividade geral surge em 1907, num artigo de revisão da relatividade restrita, e se consolida a partir de 1916, quando Einstein publica o primeiro trabalho sistemático sobre a sua nova teoria. Na revisão de 1907 ele introduz sua equação mais popular, E=mc2, e discute a deflexão da luz pela ação de um campo gravitacional. A comprovação desse fenômeno, durante o eclipse solar de 1919 - observado por duas expedições inglesas: na ilha do Príncipe, sob a coordenação de Sir Arthur Stanley Eddington, e em Sobral, no Ceará, sob a coordenação de Andrew Crommelin -, transforma Einstein numa personalidade internacionalmente conhecida. Jornais do mundo inteiro estampam manchetes alusivas ao eclipse e ao triunfo de Einstein.
Quando Einstein ocupa seu primeiro emprego universitário, em 1909 (Universidade de Zurique), já é respeitado pela comunidade científica européia. Entre 1910 e 1922, é indicado anualmente para receber o Prêmio Nobel de Física (excetuando-se 1911 e 1915), sendo agraciado em 1922 com o prêmio correspondente ao ano de 1921, que havia sido adiado. Ironicamente, o primeiro a indicá-lo foi Friedrich Whilhelm Ostwald, que o rejeitara, em 1901, para um cargo de assistente na Universidade de Leipzig. Em 1914, é nomeado diretor do Instituto de Física Kaiser Wilhelm, professor da Universidade de Berlim e pesquisador da Academia Prussiana de Ciências, ali permanecendo até 1933, quando emigra definitivamente para os Estados Unidos, fugindo da perseguição nazista. é imediatamente nomeado professor no Instituto de Estudos Avançados em Princeton, ali permanecendo até a data do seu falecimento: 18 de abril de 1955.
Esses e outros importantes fatos são apresentados na magnífica obra de Abraham Pais, "Sutil é o Senhor...": A Ciência e a Vida de Albert Einstein, recomendável para a biblioteca de qualquer pessoa culta, e obrigatória na cabeceira de qualquer cientista. Entre todos os que escreveram sobre Einstein - certamente o físico mais biografado de todos os tempos - Abraham Pais parece ser o mais qualificado. Físico teórico de reconhecida competência, professor emérito da Universidade Rockefeller, Nova York, Pais conviveu com Einstein de 1946 a 1955.
Todavia, apesar de inegável fonte bibliográfica, o livro apresenta um inconveniente para o leigo, que não entende e certamente não está interessado nas complicadas equações apresentadas ao longo das mais de 600 páginas. A propósito, Pais acaba de publicar nos Estados Unidos o livro Einstein Lived Here (New York: Oxford University Press, 1994), escrito para complementar Sutil é o Senhor..., e tratar a obra científica de Einstein sob um enfoque qualitativo e mais acessível a todos os leitores. Além disso, Pais prioriza nesse novo livro a dimensão humana da vida de Einstein, discutindo inclusive o fato, desconhecido até 1986, do nascimento e provável morte de Lieserl, uma filha que Einstein e Mileva tiveram antes do casamento.
A respeito do título da presente resenha, trata-se de uma adaptação de uma frase atribuída a Einstein pelo The New York Times, em 12 de março de 1944: "Por que ninguém me entende e todos gostam de mim?" Aliás, já em 1919 o Times repercutia esse tipo de sentimento: quando um jornalista pediu a Einstein uma descrição do seu trabalho que fosse acessível a mais de doze pessoas, "o doutor riu amigavelmente, mas insistiu na dificuldade de se fazer compreender por leigos"; em 18 de novembro o Times pediu aos leitores para não se sentirem ofendidos pelo fato de apenas doze pessoas poderem compreender a teoria do "subitamente famoso doutor Einstein".
O alerta não vale apenas para os leigos. Para os físicos não-especialistas em teoria da relatividade é igualmente muito difícil compreendê-la. De qualquer forma, pela genialidade das suas descobertas científicas, e pelo contexto humano da sua vida, o personagem Einstein merece ser bem conhecido por todos.

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Resenha do livro Einstein viveu aqui, de Abraham Pais, Tradução de Carolina Alfaro
Editora Nova Fronteira
Publicado em Zero Hora (Caderno Cultura), Porto Alegre 28/06/97
Albert Einstein, todos sabem, é o principal artífice da teoria da relatividade, certo? Certo, mas esta é uma imagem não apenas estereotipada, como também extremamente simplificada de toda a genialidade e toda complexidade psicológica de um dos maiores pensadores de todos os tempos. Uma excelente visão da obra científica de Einstein é apresentada naquela que todos consideram a melhor biografia desse genial físico. Refiro-me ao livro de Abraham Pais, Subtle is the Lord, publicado em 1982, cuja tradução, Sutil é o Senhor, foi publicada pela Nova Fronteira em 1995 (ver resenha no Caderno ZH-Cultura, 8/7/95). Embora de inegável valor como fonte bibliográfica, Sutil é o Senhor não é totalmente acessível ao grande público. Com a presente obra, Einstein viveu aqui, Pais atende aos leitores de todos os naipes, do especialista em teoria da relatividade ao absolutamente leigo. Sem desprezar o rigor da abordagem histórica, ele prioriza a dimensão humana da vida de Einstein e nos brinda com um texto fluente e agradabilíssimo, abordando questões polêmicas, como o suposto envolvimento de Einstein com a fabricação da bomba atômica americana. Entre todos os que escreveram sobre Einstein, Abraham Pais parece ser o mais qualificado. Físico teórico de reconhecida competência, professor emérito da Universidade Rockefeller, Nova York, Pais conviveu com Einstein de 1946 até dezembro de 1954, quando o visitou pela última vez; não estava nos Estados Unidos quando Einstein faleceu, em 18 de abril de 1955.
Mesmo para o leitor razoavelmente atualizado com a literatura pertinente à história da física, Pais revela fatos esclarecedores. Por exemplo, no primeiro capítulo, há uma bela descrição da dramática vida conjugal de Albert e Mileva Maric, sua primeira mulher. A literatura histórica anterior registra o casamento de Albert e Mileva em 6 de janeiro de 1903, o nascimento do primogênito, Hans Albert, em 14 de maio de 1904, e o nascimento de Eduard, o segundo filho, em 28 de julho de 1910. A vida amorosa e a interação profissional do casal Einstein, no início do relacionamento, era superficialmente conhecida. Em 1969, a Editora Bagdala, de Krusevac (Iugoslávia) publicou uma biografia de Mileva Maric, intitulada U senci Alberta Ajnstajna (À sombra de Albert Einstein). Esta é, aparentemente, a melhor fonte bibliográfica sobre parte da vida de Mileva, principalmente sobre sua família e infância, e sobre os difíceis anos do fim de sua vida. Todavia o tema central da biografia, o papel de Mileva com relação à produção científica de Albert é, na opinião de Pais, surpreendente e chocante. Tanto, que ele decidiu não fazer referência a esse texto no seu livro Sutil é o Senhor. Agora, com a descoberta, em 1986, de 41 cartas de Albert para Mileva e 10 dela para ele, trocadas no período que termina em 1902, Pais retoma a discussão da questão central levantada na biografia de Mileva: a importância da sua influência no trabalho de Einstein, de modo particular na teoria da relatividade. Em duas páginas ele apresenta uma argumentação para concluir que tudo o que resta como evidência de um possível papel de Mileva no desenvolvimento da relatividade é o comentário de Einstein, numa carta de março de 1901: "Juntos concluiremos com êxito nosso trabalho sobre o movimento relativo." Pais atribui essa afirmação ao estado emocional em que se encontrava Albert; um jovem de 22 anos, profundamente apaixonado, sem emprego e sem contato com cientistas da sua geração. Mileva era a única caixa de ressonância sempre disponível para as suas idéias. Em suma, a afirmação acima poderia ter o peso e a medida da gratidão.
Essas cartas (a versão completa encontra-se em: Albert Einstein/Mileva Maric: Cartas de Amor, Editora Papirus, 1992), revelaram um fato até então (1986) absolutamente desconhecido: Mileva engravidara em abril de 1901, dando à luz, em janeiro de 1902, a uma menina chamada Lieserl. Mas, o que foi feito de Lieserl? Simplesmente ninguém sabe! Aparentemente, Einstein sequer chegou a vê-la. No verão de 1903 Mileva foi visitar a família na Iugoslávia. De Berna, Einstein lhe escreve mostrando-se preocupado com o ataque de escarlatina de Lieserl, e pergunta como a menina tinha sido registrada. Esta é a última comunicação conhecida do casal sobre a menina.
Tanto em vida, como após sua morte, Einstein foi alvo de intensa curiosidade pública. Isso está bem registrado em três capítulos. Em Amostras do die komische Mappe, Pais nos apresenta inúmeras e pitorescas mensagens de estranhos, desde notas de congratulações até pedidos de ajuda ou informações adicionais; de comentários inteligentes a declarações loucas; de expressões de ódio a ameaças. Não se sabe quantas dessas mensagens lhe foram enviadas, mas, não menos do que 600 sobreviveram. Einstein referia-se a esta coleção como die komische Mappe. A palavra alemã komisch possui uma variedade de traduções não equivalentes: estranho, engraçado, singular, bizarro, patético; o curioso conteúdo da coleção também reflete essa variedade de adjetivos. Nessa mesma linha de contato com o público, porém em melhor nível de seriedade, Pais dedicou a metade do livro. O alentado ensaio Einstein e a imprensa, representa a primeira abordagem desse tipo na extensa bibliografia a respeito de Einstein. Pais considera que Einstein, criador de uma parcela da melhor ciência de todos os tempos, é em si próprio uma criação da mídia, no sentido de ser e permanecer uma figura pública. O início do papel mítico de Einstein data de novembro de 1919, quando sua previsão da deflexão da luz pela ação de um campo gravitacional é comprovada durante o eclipse solar daquele ano. Ressalta-se aqui que esta comprovação foi apresentada por duas expedições inglesas: uma na ilha do Príncipe e outra em Sobral, no Ceará.
A propósito, a vida científica de Einstein foi tão abrangente e cheia de genialidade, que a percepção que se tem dela varia muito com o perfil do observador. Para o grande público, o prêmio Nobel de Einstein está associado à sua teoria da relatividade. No capítulo 6, Pais discute como o trabalho sobre o efeito fotoelétrico, e não a teoria da relatividade, permitiu a Einstein ganhar o prêmio Nobel. Neste capítulo é apresentada uma interpretação para o intrigante fato de ele não ter ganho o prêmio pela teoria da relatividade. No annus mirabilis de 1905, o mundo testemunhou a explosão criativa de Einstein, absolutamente excepcional. A hipótese do quantum de luz foi apresentada, o movimento browniano interpretado, um novo método para determinar o tamanho de moléculas introduzido e a teoria da relatividade restrita exposta. Qualquer uma dessas descobertas seria suficiente para garantir lhe uma posição proeminente e duradoura na história da ciência. No entanto, segundo os registros de Pais, nenhuma dessas contribuições causou sequer a mais modesta menção na imprensa, antes de 1919.
Enfim, a complexa personalidade desse genial pensador, faz de Einstein viveu aqui uma obra recomendável para a biblioteca de qualquer pessoa culta, e indispensável na cabeceira de qualquer cientista.

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Resenha do livro Uma Breve História do Infinito. Dos Paradoxos de Zenão ao Universo Quântico de Richard Morris, Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges, Jorge Zahar Editor, 1998.
No romance Os irmãos Karamazov, escrito por Dostoievski, há uma passagem em que Ivan Karamazov tem a alucinação da visita de Satanás, durante a qual este lhe expõe a antiga teoria dos ciclos cósmicos: "A Terra foi destruída e recriada pelo menos um bilhão de vezes. Além disso, o processo vai se repetir infinitamente e sempre da mesma maneira". Este relato é parte da erudição que brota do recente livro de Richard Morris, no qual ele aborda o surgimento e a evolução de conceitos referentes ao infinito, desde o paradoxo de Aquiles e a Tartaruga, concebido pelo filósofo grego Zenão em meados do século V a.C., até as modernas teorias cosmológicas. Da literatura contemporânea Morris extrai um trecho do conto A biblioteca de Babel, de Jorge Luis Borges. O grande escritor argentino parece ter antecipado os cosmólogos atuais ao especular que o universo, composto de um número indefinido e talvez infinito de galáxias hexagonais, é uma esfera cujo centro exato é qualquer de seus hexágonos e cuja circunferência é inacessível. Sendo ilimitada e cíclica, essa biblioteca (segundo Borges, nome que alguns dão ao universo) poderia ser substituída por um único livro contendo um número infinito de páginas infinitamente finas.
Se o leitor superar as duas primeiras páginas, vai se deparar com um belo texto de divulgação científica. Nessas páginas iniciais o autor apresenta uma alegoria em torno de um jogador de beisebol que morre e vai para o céu. Para discutir as implicações da ordem Divina permitindo que o jogador possa participar de um número infinito de jogos, o autor impõe ao leitor brasileiro, em geral ignorante das regras do beisebol, um breve e intenso sacrifício.
Ao folhear o livro me vi tomado por uma sensação preconceituosa. Um texto com pouco mais de 200 páginas, indo da tartaruga de Zenão ao zoológico celestial, haveria de ser encarado com alguma reserva. Textos de divulgação científica trazem-me à memória aquela anedota do sujeito que, como pianista era ótimo matemático. Um texto de divulgação científica conceitualmente equivocado pode causar sérios danos ao nível cultural do grande público. Felizmente não é este o caso do presente livro. Todavia, embora conceitualmente correto, o trabalho de Morris é claramente destinado aos neófitos em física, astronomia e matemática. Além do mais, e felizmente sem grandes prejuízos, o livro cai na armadilha da simplificação, uma conseqüência inevitável da extensão do tema abordado.
Da filosofia para a literatura, da preocupação conceitual para a vulgarização verbal, os conceitos de infinito e infinidade passaram por estágios operacionais importantíssimos na física e na matemática. Desde Zenão, um dos primeiros a fazer uso da idéia de infinidade, mais de dois milênios foram necessários até que, por volta de 1880, George Cantor mostrou que a infinidade podia ter um rigoroso tratamento matemático. Todavia, suas importantes contribuições, incluindo o conceito de números transfinitos, não tiveram aceitação imediata entre os matemáticos. Muitos deles queriam evitar o uso do conceito de infinidade, e ali estava Cantor falando de um número infinito de infinidades. A rejeição por parte de cientistas importantes, entre os quais Henri Poincaré, provocou efeitos emocionais irreparáveis no famoso matemático alemão, levando-o à morte num hospital psiquiátrico em 1918. Quase uma década depois da sua morte Cantor foi reabilitado por uma nova geração de matemáticos alemães, liderados por David Hilbert.
O conceito de infinito sempre teve relação muito forte com o conceito de tempo, conforme nos ensina Morris no capítulo 2. Todavia, é no debate sobre o universo que a idéia de infinidade tem emergido com maior pujança. Sábios medievais já discutiam a questão da natureza finita ou infinita do universo, principalmente no contexto aristotélico. Foi também nesse período que se deu o lento desenvolvimento da astronomia, que tinha pouca conexão com a cosmologia. Morris mostra, no capítulo 3, que o principal estímulo para seu estudo era o desejo de calcular horóscopos mais precisos. O salto qualitativo e revolucionário foi dado por Copérnico, com a publicação, em 1543, do seu livro Das revoluções dos orbes celeste, no qual expôs a teoria de que o Sol, e não a Terra, era o centro do sistema solar. De Copérnico a Stephen Hawking, passando por Galileu, Newton, Giordano Bruno, Tycho Brahe e Kepler, a história da astronomia e da cosmologia é repleta de geniais personagens e maravilhosas descobertas, tema ao qual Morris dedica quase a terça parte do livro.
O primeiro passo para a operacionalização do conceito de infinito na física foi dado por Galileu. Ao analisar a velocidade de um corpo em queda, ele definiu velocidade instantânea como a "velocidade média" calculada quando o corpo percorre uma distância infinitamente pequena num intervalo de tempo infinitamente pequeno. A definição estava correta, mas o método para calcular a velocidade instantânea só apareceu depois que Newton inventou o cálculo diferencial, alguns anos depois da morte de Galileu. Na linguagem newtoniana, a velocidade foi definida como a razão de duas quantidades tendentes a zero, dois infinitésimos. Mas, o que é um infinitésimo? Essa foi uma questão que incomodou várias gerações de matemáticos. Em 1784, a Academia de Ciências de Berlim ofereceu um prêmio para a melhor solução para o problema do infinito. Os matemáticos empregavam tanto o infinitamente vasto como o infinitamente pequeno, e ninguém sabia como era possível que tantos teoremas corretos fossem deduzidos de suposições tão contraditórias. De acordo com Morris, cerca de 23 artigos, a maioria versando sobre o cálculo e os infinitésimos, foram apresentados, mas a Academia não encontrou um que merecesse o prêmio.
Do infinitamente grande para o infinitamente pequeno, da imensidão cosmológica para o microcosmo atômico, os conceitos de infinito, infinidade e infinitésimo vêm permeando a física desde muito tempo. Nos capítulos 5 e 6 Morris aborda questões relacionadas com aquilo que hoje se denomina física moderna. A teoria clássica do eletromagnetismo, elaborada por Maxwell em 1865, foi a motivação para o desenvolvimento da teoria da relatividade restrita de Einstein. A quantização da energia proposta por Planck em 1900, e explorada por Einstein na explicação do efeito fotoelétrico em 1905, juntamente com os experimentos de Rutherford, entre 1908 e 1911, forneceram ao jovem Niels Bohr as ferramentas para o desenvolvimento do seu modelo atômico quantizado. Entre a formulação das equações de Maxwell e as propostas de Einstein para a cosmologia, foram 50 anos da mais extraordinária ebulição de idéias e descobertas científicas que a humanidade já testemunhou.
Os quatro capítulos seguintes (7-10) são dedicados às questões cosmológicas modernas, com direito às mais fantásticas especulações em torna da possibilidade de viagem no tempo. Entre tantas teorias e observações astronômicas, tão belas quanto complexas, uma chama a atenção porque permite uma alegoria de retorno ao início do livro. Refiro-me à discussão que Morris faz sobre a observação de buracos negros, os quais se formam quando a massa de uma estrela é comprimida num volume suficientemente pequeno, atingindo o limite determinado pelo raio de Schwarzschild. Todavia, como diz Morris, "à medida que a estrela se contrai e as forças gravitacionais aumentam, o tempo parece correr cada vez mais devagar. A superfície da estrela se aproxima do raio de Schwarzschild mais e mais lentamente. Ela nunca atinge o raio porque esse é o ponto em que o tempo pára por completo(...)". Veja o leitor se não tenho razão ao considerar o texto acima como a versão cosmológica do paradoxo de Zenão!

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Resenha do livro Einstein. A ciência da vida, de Denis Brian, tradução de Vera Caputo
Editora Ática
Publicado em Zero Hora, Caderno Cultura, 15/8/98
Consta do folclore que, examinando uma tese de doutorado Mário Schenberg, saudoso professor do Instituto de Física da USP, teria dito: "a tese tem novos e bons resultados, mas os novos não são bons, e os bons não são novos". Semelhante sentença pode ser aplicada a Einstein – A ciência da vida, a mais recente biografia desta iconoclástica personalidade, publicada no Brasil. Pode-se imaginar a dificuldade enfrentada por Denis Brian, o autor, para apresentar originalidade biográfica sobre quem mais de quatrocentos livros já foram publicados. O leitor brasileiro já conhece, entre outras, as obras de Abraham Pais, Sutil é o Senhor (ZH/Cultura, 8/7/98) e Einstein Viveu aqui (ZH/Cultura, 28/6/97), duas excelentes biografias. Além dessas, os historiadores reconhecem o grande valor da obra de Philipp Frank, Einstein – His life and times. Por outro lado, Einstein – The life and times, de Ronald W. Clark, raramente citado pelos principais historiadores, é considerada por Denis Brian como "a melhor biografia de Einstein". Basta conhecer essas quatro obras, para descobrir que o problema da originalidade não foi resolvido por Brian; as mais relevantes informações contidas na sua obra podem ser obtidas em um, ou mais, desses quatro livros.
E para o grande público, não familiarizado com esta literatura, qual é a contribuição de Denis Brian? Esta é uma questão básica, pertinente à avaliação de qualquer biografia científica. Para discuti-la é necessário ter em conta os aspectos relevantes deste tipo de produção intelectual. Certamente o leitor gostaria de compreender a ciência enfocada, suas vinculações com o desenvolvimento anterior e suas repercussões no desenvolvimento posterior. Sob o ponto de vista filosófico, pode interessar ao leitor a heurística das descobertas científicas. Sob a ótica humana, poderemos estar interessados em conhecer os diversos ângulos dos dramas psicológicos em que esteve envolvido a personalidade biografada; dramas psicológicos pertinentes ao desenvolvimento do seu trabalho, bem como aqueles de ordem estritamente pessoal, envolvendo parentes e amigos próximos. Raramente uma biografia aborda, a contento, todos esses aspectos. São diversos os parâmetros limitantes, independentemente da capacidade do autor. No caso da teoria da relatividade, há uma dificuldade intrínseca para que ela seja compreendida pelo grande público. Sua compreensão é difícil até mesmo para muitos cuja atuação profissional circunscreve-se à física e áreas afins. Em seu comentário a respeito do livro de Denis Brian, Elio Gaspari (ZH, 21/6/98) equivoca-se ao afirmar que ele "permite uma compreensão do que vem a ser a Teoria da Relatividade, coisa que todo mundo acha que algum dia terá tempo para entender".
Ainda segundo Gaspari, "Um de seus melhores momentos, inclusive na elegância, está na narrativa do caso da filha que Albert e Mileva Einstein tiveram em 1902." Se por um lado esta é uma questão de relevância histórica, por outro lado não é novidade. O leitor brasileiro já conhece o caso através de duas obras: Albert Einstein/Mileva Maric – Cartas de amor (J. Renn e R. Schulmann, Ed. Papirus, 1992) e Einstein Viveu aqui (A. Pais, Ed. Nova Fronteira, 1997). Depois de tudo que já foi escrito sobre Einstein, o que restaria a Denis Brian explorar? Quando arriscou-se na área da divulgação científica, cometeu o erro de intitular capítulos tais como: "A teoria especial da relatividade", "O princípio da incerteza" e "A teoria do campo unificado". Trata-se de uma prática mistificadora. No Capítulo 11, apenas alguns aspectos mais populares da teoria da relatividade são apresentados. O Capítulo 19 (O princípio da incerteza) é desenvolvido em 11 páginas, mas o tema do título não ocupa mais do que cinco, e deverá permanecer obscuro para o grande público. No caso da teoria do campo unificado (Capítulo 21) a situação é ainda mais grave. Apenas três, dos mais de cem parágrafos, tratam desse complexo tema. Obviamente o tratamento limita-se àquelas frases de efeito, como uma atribuída ao próprio Einstein: "Agora, e somente agora, sabemos que a força que movimenta os elétrons em suas elipses ao redor do núcleo dos átomos é a mesma que movimenta nossa Terra em seu curso anual ao redor do Sol, e é a mesma que nos traz os raios de luz e de calor que tornam possíveis a vida em nosso planeta". Nas palavras de Brian ficamos sabendo apenas que a teoria do campo unificado possibilitaria a incorporação do "fenômeno dos quanta e a causalidade". Pouca informação sobre algo que intitula um capítulo! Se a compreensão da teoria da relatividade é um objetivo inalcançável para o grande público, o mesmo não pode ser dito, por exemplo, da sua relação com a teoria do elétron de Lorentz, um tema que Denis Brian deixou escapar. Assim, a biografia não enfoca adequadamente as vinculações da teoria da relatividade com o desenvolvimento anterior, nem suas repercussões no desenvolvimento posterior.
Também não apresenta qualquer esforço interpretativo dos plausíveis dramas psicológicos enfrentados por Einstein. Numa biografia linear, cronológica, Brian apresenta detalhes da vida pessoal de Einstein que, quando não são conhecidos, quase sempre são irrelevantes. Uma personalidade complexa, quer seja no plano intelectual, ou nas suas relações pessoais, não pode ser tratada linearmente. Aproxima-se de uma tortura exigir que o leitor junte informações correlatas, quando elas são esparramadas ao longo de mais de 500 páginas. Por exemplo, na abordagem das relações de Einstein com as mulheres, algo que diferencia esta das outras biografias, o autor poderia ter produzido um texto específico, mas optou pela fidelidade cronológica. Ao final da leitura, será muito difícil saber com quantas e com quais mulheres Albert Einstein teve algum tipo de envolvimento amoroso, ou pelo menos indícios de envolvimento. Mais uma vez, o autor perdeu uma grande oportunidade de ser original ao deixar de incluir Margarita Konenkov no seu enorme elenco de mulheres próximas a Einstein. Sabe-se hoje da existência de cartas amorosos de Einstein para Margarita, que era casada com Sergei Konenkov (este sim, citado por Brian), escultor russo que, por volta de 1933, fez um busto de Einstein. Sabe-se também que no seu livro de memórias, publicado em 1994, o ex-agente da KGB Pavel Soudoplatov afirma ter sido Margarita Konenkov encarregada de influenciar a atuação política de Oppenheimer e outros cientistas americanos, uma bela pista para investigações mais aprofundadas.
Enfim, parafraseando Schenberg, as informações relevantes apresentadas por Brian não são novas, e as novas beiram a futilidade.

 

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TERRITÓRIOS DO FUTURO - EDUCAÇÃO, MEIO AMBIENTE E AÇÃO COLETIVA
LEROY, JEAN PIERRE - Editora DP&A / Lamparina
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SEIS RAÇÕES PARA CUIDAR BEM DO PLANETA TERRA
NÍLSON JOSÉ MACHADO, SILMARA RASCALHA CASADEI E MICHELE RASCALHA/ILUSTRAÇÕES DE VERA ANDRADE - Editora Escrituras
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL
EDGAR GONZALEZ GAUDIANO - Editora Instituto Piaget
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EDUCAÇÃO, MÍDIA E MEIO-AMBIENTE
REGIS DE MORAIS - Editora Alínea e Átomo
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AUDIOLIVRO - PITT & BULL: O AQUECIMENTO GLOBAL - 2010
MEYRE MEYERS - Editora AudioLivro
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TECENDO EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ARENA CULTURAL - 2011
ALINE GEVAERD, BARCELOS, VALDO, GUIMARAES, LEANDRO BELINASO - Editora Depetrus
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HORTAS NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: NA ESCOLA, NA COMUNIDADE, EM CASA - 2011
MARIA CÉLIA B. BOMBANA; SILVIA CZAPSKI - Editora Peirópolis
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PEQUENOS CIENTISTAS NO JARDIM - EXPERIÊNCIAS DIVERTIDAS PARA CRIANÇAS CURIOSAS
LISA BURKE - Editora Publifolha
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HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTRATUAIS - 2010
ALEX VASCONELLOS PRISCO - Editora Forense Universitária
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ACTIVIDADES PRÁTICAS EM CIÊNCIA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
FERNANDO GONÇALVES, RUTH PEREIRA, ULISSES MANUEL DE MIRANDA - Editora Instituto Piaget
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TRAJETÓRIAS E NARRATIVAS ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
MARCOS REIGOTA, RAQUEL POSSAS E ADALBERTO RIBEIRO (ORGS.) - Editora DP&A / Lamparina
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A CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL À ESPERANÇA DE PANDORA - 3ª EDIÇÃO - 2006
JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS E MICHÈLE SATO - Editora Rima
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VERDE COTIDIANO - O MEIO AMBIENTE EM DISCUSSÃO - COLEÇÃO PEDAGOGIAS EM AÇÃO - 3ª EDIÇÃO
MARCOS REIGOTA (ORG.) - Editora Depetrus
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ALFABETIZAÇÃO ECOLÓGICA
FRITJOF CAPRA - Editora Cultrix
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL
MICHÈLE SATO - Editora Rima
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL - SOBRE PRINCÍPIOS, METODOLOGIA E ATITUDES
VALDO BARCELOS - Editora VOZES
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EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE - UMA RELAÇÃO INTRÍNSECA - SÉRIE SUSTENTABILIDADE - 2012
DANIEL LUZZI - Editora Manole
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SUSTENTABILIDADE, RESPONSABILIDADE SOCIAL E MEIO AMBIENTE - 2012
ADRIANA CAMARGO PEREIRA;GIBSON ZUCCA DA SILVA;MARIA ELISA EHRHARDT CARBONARI - Editora Saraiva
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 Como fazer uma resenha

Todo mundo que freqüenta o blog está acostumado a ler várias resenhas toda semana, mas afinal, o que é e o que precisamos saber para escrever um texto desse tipo?
Como um gênero textual, uma resenha nada mais é do que um texto em forma de síntese que expressa a opinião do autor sobre um determinado fato cultural, que pode ser um livro, um filme, peças teatrais, exposições, shows etc.
O objetivo da resenha é guiar o leitor pelo emaranhado da produção cultural que cresce a cada dia e que tende a confundir até os mais familiarizados com todo esse conteúdo.
Como uma síntese, a resenha deve ir direto ao ponto, mesclando momentos de pura descrição com momentos de crítica direta. O resenhista que conseguir equilibrar perfeitamente esses dois pontos terá escrito a resenha ideal.
No entanto, sendo um gênero necessariamente breve, é perigoso recorrermos ao erro de sermos superficiais demais. Nosso texto precisa mostrar ao leitor as principais características do fato cultural, sejam elas boas ou ruins, mas sem esquecer de argumentar em determinados pontos e nunca usar expressões como “Eu gostei” ou “Eu não gostei”.

Tipos de Resenha

Até agora eu falei sobre as resenhas de uma forma geral e livre e esses dados são suficientes para você já esboçar alguns parágrafos.
Contudo, as resenhas apresentam algumas divisões que vale destacar. A mais conhecida delas é a resenha acadêmica, que apresenta moldes bastante rígidos, responsáveis pela padronização dos textos científicos. Ela, por sua vez, também se subdivide em resenha crítica, resenha descritiva e resenha temática.
Na resenha acadêmica crítica, os oito passos a seguir formam um guia ideal para uma produção completa:
  1. Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou artigo que você vai resenhar;
  2. Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do texto a ser resenhado;
  3. Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto completo;
  4. Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize de 3 a 5 parágrafos para resumir claramente o texto resenhado;
  5. Analise de forma crítica: Nessa parte, e apenas nessa parte, você vai dar sua opinião. Argumente baseando-se em teorias de outros autores, fazendo comparações ou até mesmo utilizando-se de explicações que foram dadas em aula. É difícil encontrarmos resenhas que utilizam mais de 3 parágrafos para isso, porém não há um limite estabelecido. Dê asas ao seu senso crítico.
  6. Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é hora de analisar para quem o texto realmente é útil (se for útil para alguém). Utilize elementos sociais ou pedagógicos, baseie-se na idade, na escolaridade, na renda etc.
  7. Identifique o autor: Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que foi resenhada e não do autor da resenha (no caso, você). Fale brevemente da vida e de algumas outras obras do escritor ou pesquisador.
  8. Assine e identifique-se: Agora sim. No último parágrafo você escreve seu nome e fala algo como “Acadêmico do Curso de Letras da Universidade de Caxias do Sul (UCS)”
Na resenha acadêmica descritiva, os passos são exatamente os mesmos, excluindo-se o passo de número 5. Como o próprio nome já diz, a resenha descritiva apenas descreve, não expõe a opinião o resenhista.
Finalmente, na resenha temática, você fala de vários textos que tenham um assunto (tema) em comum. Os passos são um pouco mais simples:
  1. Apresente o tema: Diga ao leitor qual é o assunto principal dos textos que serão tratados e o motivo por você ter escolhido esse assunto;
  2. Resuma os textos: Utilize um parágrafo para cada texto, diga logo no início quem é o autor e explique o que ele diz sobre aquele assunto;
  3. Conclua: Você acabou de explicar cada um dos textos, agora é sua vez de opinar e tentar chegar a uma conclusão sobre o tema tratado;
  4. Mostre as fontes: Coloque as referências Bibliográficas de cada um dos textos que você usou;
  5. Assine e identifique-se: Coloque seu nome e uma breve descrição do tipo “Acadêmico do Curso de Letras da Universidade de Caxias do Sul (UCS)”.

Conclusão

Fazer uma resenha parece muito fácil à primeira vista, mas devemos tomar muito cuidado, pois dependendo do lugar, resenhistas podem fazer um livro mofar nas prateleiras ou transformar um filme em um verdadeiro fracasso.
As resenhas são ainda, além de um ótimo guia para os apreciadores da arte em geral, uma ferramenta essencial para acadêmicos que precisam selecionar quantidades enormes de conteúdo em um tempo relativamente pequeno.
Agora é questão de colocar a mão na massa e começar a produzir suas próprias resenhas!

 

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RESENHA


matemática financeira com ênfase em produtos bancários - 2ª edição 


Este livro destina-se ao profissional ou estudante da área financeira que busca informações técnicas atualizadas sobre a matemática financeira e sua utilização na solução dos problemas que envolvem o atual mercado financeiro brasileiro. Apresenta a teoria de forma bastante simples, objetiva e didática, amparada em inúmeros casos práticos e exemplos resolvidos.

Nele são enfocados basicamente os seguintes aspectos:
· Os conceitos que regem a matemática financeira (juros simples e compostos, séries uniformes, equivalência de taxas, descontos, métodos para avaliação de alternativas de investimentos) e a utilização da calculadora HP- 12C.
· As características, funcionamento e cálculos das principais operações realizadas no mercado financeiro brasileiro, tanto em nível de investimentos (caderneta de poupança, certificados de depósitos bancários pré e pós-fixados, letras hipotecárias, aplicações com swap de taxas, fundos de renda fixa e variável etc.) como de empréstimos e financiamentos (hot money, capital de giro pré e pós-fixado, cheque especial, conta garantida, desconto de duplicatas e cheques pré-datados, crédito direto ao consumidor com e sem interveniência, leasing, vendor etc.).
· Terminologias do mercado financeiro (CDI, Selic, Cetip, taxa over, spread, funding etc.).
Editora: Atlas
ISBN-10: 8522448639
ISBN-13: 9788522448630
Idioma: Português
Origem:  Nacional
Edição: 2
Número de páginas:
Lançamento:7/11/2007

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RESENHA

 































































O Diabo dos números

IDENTIFICAÇÃO DA OBRA;

ENZENSBERGER, Hans Magnus. O diabo dos Números. Tradução Sérgio Tellaroli. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

CONTÉUDO DA OBRA:
Robert, é um menino que como tantos, tem problemas com a disciplina de Matemática na escola. Não gosta dos números, não gosta do seu professor de Matemática, não acredita haver significado neste estudo, não vê relação com a utilidade ou mesmo com a sua realidade. Sua relação com tal disciplina é tão conturbada, que o menino costuma ter pesadelos de vários tipos, onde é devorado por peixes gigantes, escorrega infinitamente sem conseguir segurar-se..., enfim, todos os sonhos que Robert tinha, eram com situações que ele nunca dominava, criaturas muito mais fortes do que ele ou com coisas que por maior que fosse seu esforço, nunca conseguia alcançar.
Uma noite, durante um dos pesadelos ele passa a sonhar seqüencialmente com um diabo, chamado Teplotaxl – O Diabo dos Números, que noite após noite vai conquistando o garoto Robert, ensinando Matemática e discretamente, faz com que o mesmo passe a gostar desta disciplina, resolvendo seus problemas com a mesma.
A Matemática é percebida pelo menino Robert como sendo o mal a ser evitado, saliente na constante repulsa que o garoto demonstra pela mesma. Nota-se também, que em várias ocasiões, Robert vê a disciplina de Matemática como algo muito maior do que sua capacidade, algo de fato intransponível, pelo qual não adianta lutar, sobrando apenas, neste caso resignar-se com tal realidade e refugiar-se em seu próprio medo.
Noite após noite, o diabo dos números aparece nos sonhos de Robert e divertidamente vai dando “dicas” matemáticas ao menino, passando suavemente por vários conteúdos matemáticos. Todas as atividades matemáticas que o diabo dos números propõe à Robert, inicialmente são pontos para crítica por parte do garoto, que diz ser difícil, uma armadilha, algo que começa fácil mas piora com o tempo. Esta é de fato, a visão que o garoto tinha sobre Matemática no início do livro, antes de se aventurar na companhia do diabo dos números.
O professor de Matemática de Robert é o Senhor Bockel. Ele também é motivo de preocupação para o garoto, pois igualmente ao diabo Teplotaxl representa todo o pavor que o mesmo tem pela Matemática. O professor Bockel é visto sob dois aspectos: primeiramente o menino expõe o professor sob sua ótica, ou seja, bastante ruim, mas num segundo momento, o diabo Teplotaxl dá uma nova visão ao papel do nobre professor, explicando alguns comportamentos do mesmo, em função de sua realidade docente, de uma forma bastante condescendente.
Toda a história de convivência do diabo dos números e do menino Robert em seus sonhos, ocorre de forma suave, assim como o caminhar pelos conteúdos matemáticos. As “aulas de matemática” acontecem de forma tão sutil e natural, utilizando elementos do imaginário do garoto, que ao se findar a leitura, percebe-se o percurso em uma viagem histórica no adorável mundo da Matemática. Não é pouco comum que o convidado desta leitura, assim como o garoto Robert se maravilhe com descobertas já anteriormente “descobertas”, porém inconscientes.
A história de Robert, ou melhor do livro – O Diabo dos Números -adapta-se com facilidade ao universo de cada indivíduo que a lê. Cada pessoa possui seus próprios medos, fundamentados ou não, que quando não devidamente resolvidos e enfrentados, transformam-se em pavor atravancando o desenvolver das atividades da vida. Em termos de vida escolar, o diabo Teplotaxl pode personificar qualquer disciplina, ou mesmo, várias disciplinas, ou até mesmo situações peculiares particulares de cada indivíduo, enquanto que Robert, o menino assustado, pode representar sem muito esforço, em termos de vida escolar qualquer aluno e sob uma ótica maior, qualquer um de nós, indivíduos adultos ou não que também sentem algum ou vários tipos de medo.

COMENTÁRIO CRÍTICO:

Matemática, segundo o Minidicionário da Língua Portuguesa é:
“Ciência das grandezas e formas no que elas tem de calculável e mensurável, isto é, que determina as grandezas umas pelas outras segundo as relações existentes entre elas.(BUENO,2000, pag 500)”
Pela definição dada à Matemática, percebe-se que esta ciência trabalha com as questões exatas, porém intrínsecas ao universo em que se desenvolve, intimamente relacionada ao cotidiana e sua aplicabilidade.
O livro de Enzensberger, O Diabo dos Números, entre seus méritos, tem um grande destaque: trabalhar com o sentimento de medo, que em geral as pessoas costumam desenvolver pela disciplina de Matemática. Para tal, o autor utiliza personagens na história que representam estereótipos significativos.
Robert, o garoto assustado que tem constantes pesadelos e prováveis problemas com a Matemática na escola, representa qualquer aluno que sofre com os mesmos problemas ou até mesmo outros problemas. Seus sonhos são significativos e representativos até o momento em que se revelam e culminam com o aparecimento de Teplotaxl, o diabo dos números, personificando o medo revelado neste momento pela Matemática.
É possível, sob um análise superficial é claro, relacionar todos os sonhos que Robert tinha, com o seu pavor pela Matemática. Todas as situações sonhadas demonstram uma percepção de “falta de saída”, ou seja, algo pelo qual é necessário passar, porém é praticamente impossível superar, que no caso dos sonhos de Robert aparecem em forma de abismos ou animais gigantes, ou frio intenso que congela, ou calor no deserto e sede constante sem água, ou seja, o menino não consegue superar sozinho os obstáculos de seus sonhos, sendo necessária a ajuda do diabo dos números ou em último caso o despertar.
Esta postura do garoto e a forma com que se refere a Matemática e posteriormente ao diabo dos números, demonstra um quadro de baixa auto-estima, que acarreta um ciclo vicioso capaz de afetar a outros setores da vida desta criança, iniciado no pavor pela Matemática e tomando aos poucos outras formas.
Não é citado no livro, até porque o centro das atenções é o menino Robert e sua história, tentativas por parte do professor em ensinar matemática de uma forma diferente, semelhante talvez aos métodos utilizados pelo diabo dos números. É interessante observar em uma certa parte do livro, quando o garoto fala mal de seu professor e o diabo dos números de certa forma “defende” o Senhor Bockel, situando o professor na realidade docente do mesmo, citando seus compromissos com diários de classe, programa de disciplina, turmas, turnos...A forma de demonstrar e não apenas de ensinar os conteúdos que vão se apresentando ao garoto Robert em cada sonho, são um destaque deste livro. A linguagem não formal utilizada pelo diabo dos números, embora não correta pela norma, como é citado no aviso final do livro, é justamente o diferencial desta obra. Isto demonstra que a aprendizagem não é única, é multilateral, ocorrendo de formas diferentes e por vezes imprevistas. Igualmente feliz, são as ilustrações tanto de demonstrações matemáticas quanto de cenários e personagens.
Deixando um pouco de lado os conhecimentos matemáticos que são perfeitamente demonstrados durante o desenrolar da história, é importante destacar o aspecto humano desta obra, e a forma delicada com que aborda uma questão tão comum entre nossos alunos e que por ser tão trivial acaba por passar desapercebido. O medo, o pavor, a baixa auto-estima, a desistência, são temas que estão nas entrelinhas da história, no comportamento do assustado garoto Robert.

 

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quarta-feira, 12 de agosto de 2009


Resenha do livro: O futuro da Administração


O livro: O futuro da Administração (272 páginas) foi escrito por Gary Hammel (co-autor de Competindo pelo futuro) em parceria com Bill Breen fruto de um laboratório de inovação em gestão criado pelos autores na London Business School.
Em seu livro mais polêmico até hoje, Gary Hamel fala sobre crenças herdadas, as quais impedem que as empresas do século XXI superem novos desafios. Com uma análise incisiva e exemplos eloqüentes, ele explica como transformar sua empresa em uma inovadora em gestão.
O livro reúne vários cases sobre inovação na gestão e procura detalhá-los e apresentá-los como a verdadeira vantagem competitiva das empresas sendo mais importante que a inovação em produtos.
A intenção é desafiar os pressupostos que foram a base dos modelos de gestão para o século passado e apresentar novos paradigmas para a gestão moderna das empresas. Intenção essa que se apresenta já no prefácio do livro com uma pequena história do filho de um controlador de solo na Nasa quando o módulo de comando da Apollo 8 tornou-se o primeiro objeto construído pelo homem a orbitar ao redor da Lua. O menino perguntou ao seu pai quem estava comandando a nave e o astronauta Bill Anders respondeu : “Acho que Sir Isaac Newton está no comando agora.”
A partir dessa história é feita uma analogia com a pergunta : “Quem está comando a sua empresa?”. O autor esclarece que quem está administrando sua empresa são um grupo de teóricos e profissionais que já morreram há muito tempo, e que criaram as regras e convenções da gestão “moderna” nos primeiros anos do século XX. Essas crenças moldam, de maneira invisível, os modelos mentais das empresas na alocação de seus recursos, definição de orçamentos, distribuição de poder e como toma decisões.
Esse modelo do século passado foi criado para funcionar em ambientes de relativa estabilidade e sujeito a poucas mudanças, e não para os tempos atuais com grande quantidade de variáveis complexas, mudanças abruptas, janelas de oportunidade reduzidas, avanço da tecnologia, aumento do poder do consumidor e com o dinheiro circulando sem fronteiras pelo mundo.
O autor ressalta que esse é um livro para sonhadores e executores. É para qualquer pessoa que se sente manipulada pela burocracia, que se preocupa com o fato de o “Sistema” estar sufocando a inovação, que secretamente acredita que os obstáculos estão na alta administração, que se pergunta por que a vida corporativa tem de ser tão desestimulante, que acha os funcionários bastante inteligentes para se auto-administrar, que sabe que a “gestão”, como ela é praticada atualmente, é um obstáculo ao sucesso – e quer fazer alguma coisa a respeito.
No primeiro capítulo são apresentadas características que mostram como a tecnologia de gestão evoluiu pouco nos últimos tempos. A hierarquia ficou mais nivelada, mas não desapareceu, pois continua-se com a idéia de que a estratégia deve ser determinada pelo topo da organização e que as decisões são tomadas pelas pessoas que possuem os cargos e salários mais altos. Essa baixa evolução da gestão fez com que esse modelo atingisse o topo de um penhasco próximo. Aqui, a intenção não é desvalorizar as conquistas desse modelo, pois se temos carros, televisão e celular, devemos isso a esse modelo.
Ocorre que o preço que pagamos por esse modelo criou uma série de trade-offs preocupantes que exigem uma nova forma de se enxergar as coisas através de um pensamento ousado e abordagens originais. O maior preço pago foi que pessoas rebeldes e de espírito livre adaptem-se a condições e regras, mas isso fez com que elas desperdiçassem quantidades imensas de imaginação e iniciativa. Esse é um dos trade-offs de que o livro fala, pois trouxe disciplinas nas operações, mas coloca em risco a flexibilidade da organização e também escraviza milhões em organizações hierárquicas e quase feudais, matando a criatividade das pessoas.
O desafio proposto é aprender a coordenar os esforços das pessoas sem criar uma hierarquia opressiva de administradores, manter controle sobre os custos sem sufocar a imaginação humana e construir organizações em que a disciplina e a liberdade não sejam mutuamente exclusivas.
Os autores definem o conceito de inovação na gestão como sendo qualquer coisa que altera substancialmente formas organizacionais costumeiras e, como resultado, faz progredir as metas da organização, ela muda a forma que os gestores trabalham, e o faz de uma maneira que aprimora o desempenho organizacional. A inovação na gestão contempla os processos de gestão de uma empresa – as fórmulas e rotinas que determinam como o trabalho de gestão é realizado diariamente e envolve os seguintes processos:
– Planejamento estratégico;
– Orçamento de capital;
- Gestão de projetos;
– Contratação e promoção de pessoal;
– Treinamento e desenvolvimento;
– Comunicação interna;
– Gestão do conhecimento;
- Análise periódica de negócios;
– Avaliação e remuneração de funcionários.
A inovação em gestão é apresentada como responsável por avanços importantes na prática de gestão que provocaram mudanças significativas na posição competitiva e que conferiram uma vantagem duradoura para empresas pioneiras como a GE demonstrada pela quantidade de patentes que a empresa possui, pela DuPont com o desenvolvimento da técnica de ROI (Retorno sobre investimento). A Procter e Gamble com sua filosofia de gestão de ativos intangíveis e da marca, a Toyota com sua habilidade inigualável de envolver os funcionários na busca incansável de eficiência e qualidade e na crença na capacidade de funcionários “comuns” para resolver problemas complexos.
A inovação em gestão depende fundamentalmente da cultura e do clima organizacional propício ao desenvolvimento das pessoas. Um clima que gere motivação, ou seja, em encontrar o motivo para ação (MOTIVO + AÇÃO) nas pessoas. Como seres humanos, somos definidos pelas causas a que servimos e pelos problemas que lutamos para superar e pela paixão em solucionar problemas extraordinários que cria o potencial de realizações extraordinárias. O objetivo é tornar a inovação uma responsabilidade de todos.
Para não ficar apenas no sonho, os autores apresentam casos de empresas que apresentam inovação na gestão. Entre elas, não podería deixar de destacar o Google.
O Google mudou profundamente os negócios de software ao oferece-los na Internet sob a forma de serviços on-line, mas o que o torna único é o seu modelo de gestão que beira o caos, que inclue componentes como hierarquia o mais nivelada possível, rede densa de comunicação horizontal, política de conceder recompensas enormes para grandes idéias, forte trabalho em equipe e o credo corporativo de que o usuário está sempre em primeiro lugar.
Os fundadores do Google, Sergei Brin e Larry Page, dão uma lição de humildade ao reconhecer que o sucesso inicial da empresa deveu-se muito a um feliz acaso e que, ao invés de se enxergarem como as pessoas mais inteligentes do mundo, o que mais importa em um mundo de descontinuidade não é a vantagem competitiva de uma empresa em um único momento, mas sua vantagem evolucionária ao longo do tempo. Diante disso, a intenção é que a empresa evolua tão rapidamente quanto a própria Web e que a única maneira de o Google manter sua liderança é inovar incansavelmente, entendendo que a lucratividade de amanhã depende da evolução de hoje.
Algumas práticas do Google :
Sistema 70-20-10: sistema que determina que os recursos da empresa sejam alocados 70% no aprimoramento dos seus negócios principais, 20% em serviços que ampliem as atividades básicas e 10% para novas idéias como ajudar municípios a montar redes públicas sem fio.
Ambiente onde as pessoas gostassem de passar a maior parte do tempo: ambiente que estimula as pessoas a aplicar seus esforços a alguns dos problemas mais fascinantes do mundo. O modelo visa a construir pequenas unidades de trabalho, grande número de experiências, feedback intenso entre os colegas e a missão de melhorar o mundo.
Criar uma causa nobre: funcionários extremamente idealistas que acreditam que podem mudar o mundo que se preocupam em democratizar o conhecimento ou mudar a maneira como o mundo aprende.
- Processo de recrutamento e seleção: selecionar apenas o crème la crème, aqueles que estão na extremidade direita da curva de Bell. Na opinião dos fundadores, profissionais classe A querem trabalhar com profissionais classe A – colegas cultos que estimularão seu raciocínio e acelerarão seu aprendizado.
Drasticamente nivelado, radicalmente descentralizado: os fundadores valorizam a sua independência intelectual e “não gostam de autoridade, nem que lhes digam o que fazer.” Eles sabem que os avanços dependem de questionar pressupostos e quebrar paradigmas e não simplesmente fazer alguma coisa apenas porque alguém disse para fazer. Questionar é o imperativo do inovador. Quando funcionários altamente motivados e capacitados compartilham a mesma visão, eles não precisam ser supervisionados meticulosamente.
Equipes pequenas e autodirigidas: são criadas equipes de três ou quatro participantes sendo que cada equipe tem um líder de alto nível técnico e essa responsabilidade se altera entre os membros conforme os requisitos do projeto. Para eles, em grandes equipes, as contribuições pessoais importantes geralmente são confiscadas por superiores ou neutralizadas por colegas ignorantes.
- Fluxo contínuo de comunicação em toda a empresa: em empresas hierárquicas, as vias de comunicação são basicamente verticais e não horizontais. O Google investiu pesado na criação de uma rede de comunicação no trabalho que torne fácil para os funcionários trocarem idéias, fazer pesquisas de opinião entre os colegas, recrutar voluntários e formar grupos de mudança – tudo isso exige muito mais que um bom sistema de e-mail. É a transparência interna do Google e o feedback contínuo entre colegas e não um quadro enorme de gerentes de nível médio, que mantém as iniciativas díspares da empresa no caminho certo. A única maneira de administrar é aplicar o talento coletivo nas pequenas e grandes decisões – e isso exige franqueza, transparência e muita comunicação horizontal.
Em resumo, o livro lança uma série de desafios para aqueles que acreditam que alguma coisa precisa ser feita para que os modelos de gestão evoluam, para que a criatividade e a imaginação possam fluir com maior facilidade dentro das organizações, mas ressalta que esse é um caminho sem volta, embora cheio de obstáculos para as organizações que desejam sobreviver no ambiente de extrema competividade dos tempos atuais.
A visão dos autores é a construção de modelos de gestão que se assemelha ao modelo da Internet devido as suas características de adaptabilidade, envolvimento e inovação onde todos têm o direito de opinar, a capacidade conta mais do que cargos e credenciais, o comprometimento é voluntário, quase tudo é descentralizado, as idéias competem em pé de igualdade e onde as decisões são tomadas entre os usuários.
Esse é um livro para sonhadores e executores, para qualquer um que se preocupa com o fato de o sistema estar sufocando a inovação, para quem secretamente acredita que os problemas estão na alta administração e para quem sabe (ou deseja saber) por que a gestão, tal como é praticada atualmente, é um obstáculo ao sucesso.



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Resenha e trecho do livro "Didática da Matemática"

Bruna Nicolielo (bruna.nicolielo@abril.com.br). Com resenhas de Nina Pavan
Foto: Marcelo Kura
Foto: Marcelo Kura
Em 1994, tive acesso a uma edição mexicana do livro Didática da Matemática: Reflexões Psicopedagógicas (258 págs, Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444), em que é descrita a pesquisa didática realizada pelas educadoras argentinas Delia Lerner e Patricia Sadovsky, com a colaboração da também educadora Susana Wolman. O trabalho compõe o capítulo O Sistema de Numeração: Um Problema Didático, o grande responsável pela divulgação da obra no Brasil. Essa investigação trouxe respostas para muitas das indagações que fazíamos sobre o ensino dos números, em especial, na Educação Infantil. Na época, eu era professora de uma turma de 5 anos e, com as minhas colegas, devorei avidamente cada trecho do artigo. A pesquisa permitiu que enxergássemos os processos pelos quais toda criança passa ao tentar entender o funcionamento do sistema de numeração.
Considerando os resultados da investigação, as autoras questionam o enfoque usual do tema e, em seguida, apresentam uma série de situações didáticas que podem ser desenvolvidas com os estudantes em classe.Foi uma época de muito entusiasmo e de aprendizagens intensas. Líamos, discutíamos, estudávamos, fichávamos cada parte, atentas a cada detalhe, e voltávamos para a sala de aula animadíssimas a fim de propor as atividades aos nossos alunos. Depois da leitura desse artigo, nunca mais olhei da mesma forma uma sala de aula. Em 1996, o livro foi traduzido e lançado no Brasil. Corri à livraria para comprar meu exemplar, que carrego comigo até hoje. As marcas - anotações, grifos, post-its, manchas de café, dedicatórias - que hoje fazem parte do meu exemplar são o testemunho das repetidas leituras realizadas nos últimos 14 anos. Aos poucos, fui me aventurando pelos outros artigos e me encantei ainda mais com a obra, fundamental para estudar e conhecer a didática da Matemática, já que os principais autores da área estão nela representados.

No capítulo Os Diferentes Papéis do Professor, o francês Guy Brousseau, pioneiro da didática da disciplina, fala sobre as diversas funções que um educador assume em diferentes momentos do desenvolvimento de uma sequência didática. Ele expõe conceitos fundamentais da teoria das situações didáticas, como situação adidática e devolução. O texto concentra muitas das ideias difundidas hoje não só no ensino da Matemática como também de outras disciplinas. Outros textos apresentam temas importantes, como o significado do cálculo mental.

Esse é, enfim, um daqueles livros que permitem nos defrontar com algo surpreendente a cada leitura.

Priscila Monteiro, autora desta resenha, é formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo, e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10.




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CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Segue abaixo alguns links de periódicos de PEDAGOGIA para alunos e professores interessados em aprofundar assuntos pertinentes a essa área. Quem tiver outros links para enriquecer e ampliar esta lista, podem enviar para o e-mail: fachucaonline@gmail.com

1-PERIÓDICOS DE PEDAGOGIA

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/modules/mylinks/viewcat.php?cid=173&orderby=titleD&PHPSESSID=fbad501f63ff8146e76b683bac33e2df




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 SEÇÃO RESENHA
Acompanhe nesta seção :
1. RESENHA
Do livro A Pedagogia Freinet: Natureza, Educação e Sociedade. escrito pela professora Maria Evelina Pompeu do Nascimento. A resenha foi preparada pela professora: Eloisa Acires Candal Rocha (Esta resenha foi originalmente publicada na revista Pro-posições)
Autoria de Rosa María Torres, crônica originalmente publica em um jornal doEquador, republicada no livro "Educação e Imprensa", coleção Questões de Nossa Época, n.º 55, São Paulo, Cortez Editora.































A Pedagogia Freinet : Natureza, Educação e
        Sociedade RESENHA
i. INTRODUÇÃO ii. DESENVOLVIMENTO iii. CONSIDERAÇÕES FINAIS
INTRODUÇÃO
A repercussão do trabalho do educador francês Célestin Freinet no Brasil percorreu caminhos contraditórios, talvez tão contraditórios quanto o próprio conteúdo e contexto de construção de sua obra. Geralmente ausente dos currículos das escolas de formação de professores, mesmo em períodos mais atuais, Freinet sustentou boa parte das iniciativas de consolidação de projetos de educação “alternativa” gestadas sobretudo nas décadas de 70 e 80 na maioria dos centros urbanos brasileiros. Estas experiências, seja  por sua natureza revolucionária, seja pelas próprias estratégias pedagógicas que propunham davam respostas concretas  áqueles que buscavam se contrapor aos tradicionais modelos educativos pautados na individualidade, na submissão e na reprodução de modelos únicos.



























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DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO É exatamente neste contexto que a autora situa a sua própria experiência como educadora,       que resultou no trabalho de pesquisa que originou este livro, buscando refletir sobre as bases, as concepções, e as contribuições da pedagogia e do pensamento de Freinet, que como ela bem indica ao iniciar seu trabalho, é “um pensamento construído através de experiências concretas , conselhos práticos, sonhos e reflexões, citações bíblicas, expressões de humor e de poesia”.
Com o intuito de apreender alguns dos conceitos mais recorrentes da obra de Freinet, tais como : natureza, liberdade, trabalho, cooperação, felicidade, harmonia ,  Maria Evelyna organizou este livro de 79 páginas basicamente em três partes : I. A Pedagogia Freinet; II. Educação e História; e, III. Por uma avaliação crítica de Freinet , compostas cada qual de sub-ítens responsáveis por um desenvolvimento mais específico dos temas.
A primeira parte dá ao leitor uma visão geral das técnicas Freinet e de seus fundamentos calcados nas idéias de natureza, de ênfase na sensibilidade e indissociabilidade do individual e do coletivo. Por sua trajetória de vida marcada pelo contexto social e político de seu tempo, pós-guerra e fortalecimento de regimes totalitários, Freinet constrói um projeto educativo original criando ações pedagógicas baseadas no trabalho, na vida, na construção e na cooperação. Para ele era preciso captar a vida das crianças tornando a educação significativa  com técnicas que  possibilitem a entrada  da realidade social  na escola, pois “só a vida educa”. Daí suas técnicas pedagógicas,  da aula-passeio e do texto-livre à imprensa e a correspondência inter-escolar serem pautadas na liberação do pensamento e da criatividade,  nascerem também da sua experiência vivida e não de uma formação acadêmica.
Ao orientar-se pela idéia da “prática a partir da vida”, como bem identifica a autora, Freinet pretende a exemplo de Rousseau “formar o homem de amanhã em contato com a natureza”, colocando na educação- no artificial- o caminho para a volta à harmonia do “Estado de Natureza”. Para ele este processo se concretiza pelo trabalho como uma das condições da vida, da própria natureza.
A segunda parte do livro voltou-se para o aprofundamento das bases conceituais sobre as quais se fundaram os projetos de educação e sociedade que Freinet almejou consolidar, numa constante oscilação entre o utópico e o concreto. Ao caracterizar aquilo que chamou de “o idealismo de Freinet”, a autora reconhece a utopia deste educador  ao vislumbrar uma nova estrutura de escola que possibilitaria a  instauração de uma  sociedade mais justa . Esta expectativa corresponde aquela que recentemente temos visto ser delineada por educadores que mantêm a esperança em reorientar a contribuição da escola para a construção do novo: “ao mesmo tempo que é vista como reprodutora das relações sociais, ela é um espaço onde as contradições se manifestam”. Todavia em Freinet esta superação não se situa no plano social  mas nas próprias aptidões individuais, que poderão via a cooperação desenvolver sentimentos básicos para a convivência democrática, pretendendo ao extremo como fizeram muitos dos educadores românticos , fazer da escola uma micro-sociedade em harmonia, que acarretaria numa melhoria da  sociedade como um todo.
De fato  aquilo que para Freinet se consolidará como a própria  “Pedagogia do Bom-Senso”, desconsidera as estruturas sociais que extrapolam as virtudes e a harmonia que possam pretender os indivíduos, e  acabam por configurar-se num projeto educativo próximo a um resultado “surrealista’. Por outro lado viabiliza ações pedagógicas que concretamente conseguem instalar formas absolutamente antagônicas às tradicionais, fundamentando-se “nos meios de vida e de trabalho do meio não escolar, ou seja do meio vivo”.
A visão de uma pedagogia voltada para a vida e orientada por uma idéia de natureza infantil, já amplamente discutida por Bernard Charlot em sua obra “Mistificação Pedagógica” é identificada pela autora em Freinet como uma concepção de igualdade, própria do Estado de Natureza. Assim como o fazia Rousseau,  Freinet aposta na infância, com sua bondade inerente, e na educação, via o educador,  para  combater a sociedade corrompida, pois também para aquele, o homem das luzes será capaz de manter o equilíbrio entre o “amor de si ” e a “piedade”.



























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CONSIDERAÇÕES FINAIS
  Na parte final a autora faz valer um profícuo diálogo com diferentes interlocutores ( e com ela mesma),  revelando uma análise onde ao mesmo tempo,  a familiariedade e o distanciamento permitem uma visão lúcida e desmistificadora.
 Desmistificadora quando permite descortinar o lugar da infância idolatrada, que contudo não ocupa no projeto pedagógico de Freinet um lugar de atuação social compartilhada com o adulto, mas sim a ele subordinada. Desmistificadora também,  quando aponta para a insuficiência de modelos éticos e pedagógicos dissociados do que caracteriza a própria organização social em um determinado tempo histórico, acabando por estabelecer modelos com princípios “abstratos e universalmente aplicáveis”.
Lúcida,  sobretudo por afirmar toda pedagogia como social e ideológica, e por reconhecer na Pedagogia Freinet “um projeto que se a princípio acredita na escola como um espaço onde as contradições se manifestam, podendo contribuir para a formação de um “novo”homem , no interior da “nova” sociedade socialista. Este projeto inicialmente orientado pela noção de trabalho como meio para a “escola do povo”,acaba por definí-lo como como necessidade natural: “meio pelo qual progridem todos os seres vivos”.
Por fim, a autora estabelece uma interessante identificação da utopia de democracia e paz em Rousseau e Freinet, apontando deste prisma uma contribuição para o que definiu como uma “educação conforme os direitos humanos”, uma vez que Freinet admite a ambiqüidade como direito humano a ser concretizado no cotidiano escolar nas relações entre liberdade / disciplina ; educação / trabalho ; cooperação e individualidade consciente.
Percorrer esta leitura propicia a todos  os interessados em educação estabelecer um diálogo com suas próprias perspectivas educativas e sociais, especialmente aos educadores quer atuem na escola ou fora dela.



























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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: Nascimento, Maria Evelyna Pompeu do. A Pedagogia Freinet : Natureza, Educação e
Sociedade. Campinas, S.P: Editora da UNICAMP, 1995.




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Resumo Crítico: O pensamento capitalista para a administração escolar
Autor: Raimundo da Silva Santos Júnior

Do texto de FÉLIX, Maria de Fátima Costa. Administração escolar: um problema educativo ou empresarial? São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1985.

O pensamento capitalista para a Administração Escolar é o mesmo pensamento para a Administração Empresarial, é de produção. O mundo capitalista pós-moderno na insaciável busca pelo lucro maximizado, implantou a ideia da qualidade total para tudo o que se possa administrar. As empresas foram atingidas de imediato, e a escola não poderia ficar de fora, visto que esta também lida com o produto.
Na instituição de ensino o produto é o serviço, este também destinado a satisfação do maior cliente da história da humanidade, a população. É importante compreendermos, no entanto, que a satisfação da população no que se refere ao serviço oferecido pela escola não está relacionada ao real, mas sim ao idealizado. Idealizou-se a escola de qualidade e esse ideal foi vendido à população. Dentro desse ideal o que então a população espera da escola?
Sem dúvida ela espera prioritariamente duas coisas: Primeiro: que a escola dê conta de sua finalidade, que consiga ensinar com “qualidade total”, caso não consiga mostrar essa qualidade cairá em descrédito. Talvez isso explique o porquê da falta de credibilidade dada à escola pública por centenas de profissionais da educação, os quais preferem pagar caríssimas mensalidades para manter os filhos em escolas particulares. Talvez explique também o porquê a cada ano a comunidade, para quem a escola existe, parece valorizar menos o ensino público.
Acreditamos que, se as condições financeiras da população brasileira fossem satisfatórias, poucos continuariam a manter seus filhos nas instituições de ensino público. Esse comentário é verdadeiro. A desvalorização da escola pública é fruto do discurso de qualidade total, visto que a população está paulatinamente internalizando que a qualidade está nas instituições privadas. Vale refletir também que a educação já não faz parte do setor de serviços exclusivos do Estado. Vejamos o que diz Chauí sobre o assunto:

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Essa localização da educação no setor de serviços não exclusivos do Estado significou: a) que a educação deixou de ser concebida como um direito e passou a ser considerada um serviço; b) que a educação deixou de ser considerada um serviço público e passou a ser considerada um serviço que pode ser privado ou privatizado. (CHAUI,2003,p.5).
O comentário de Chauí nos ajuda a compreendermos melhor que ideologia está por detrás do Programa de Qualidade Total para a Educação brasileira.
A segunda coisa que a população espera da escola, é que esta faça bem o dever de casa, a seleção cuidadosa daquele que aqui podemos chamar de matéria-prima, o aluno. A população acaba por fazer parte da equipe de controle de qualidade, a serviço do Estado, aprovando que somente deve seguir em frente os melhores, os mais qualificados, os mais treinados para galgar o Ensino Superior. Aos demais, que são demais mesmo, restam os serviços inferiores da sociedade, resta engrossar a massa eleitoreira sem criticidade.

Publicado em: 01 fevereiro, 2009   

Fonte: http://pt.shvoong.com/social-sciences/education/1864155-resumo-cr%C3%ADtico-pensamento-capitalista-para/#ixzz1rpxypGNf

 

 

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Resenha - Pedagogia Social - Quero esse livro!

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Revista Brasileira de Educação
Print version ISSN 1413-2478
Rev. Bras. Educ. vol.13 no.38 Rio de Janeiro May/Aug. 2008
doi: 10.1590/S1413-24782008000200015

RESENHAS

A pedagogia social e as racionalidades do campo socioeducativo
Dinora Tereza Zucchetti

Professora pesquisadora da Federação de Estabelecimento de Ensino Superior em Novo Hamburgo (FEEVALE), e membro do Grupo de Estudos Gestão do Cuidado em Educação (UFRGS) e do Grupo de Pesquisa Educação, Cultura e Trabalho (FEEVALE). E-mail: dinora@feevale.br

CARIDE, José Antonio. Las fronteras de la pedagogia social. Perspectivas científica e histórica. Barcelona: Gedisa, 2005. 285 p. [ Links ]

A obra As fronteiras da pedagogia social. Perspectivas científica e histórica, de José Antonio Caride, professor da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha) e presidente da Sociedade Ibero-Americana de Pedagogia Social, é um tratado que busca evidenciar a construção do estatuto científico da pedagogia social a partir de estudos realizados por pesquisadores da área, como Violeta Nuñez, Jaume Trilla Bernet, José Ortega Esteban, Antonio Petrus, entre outros.

O livro é a síntese do processo que resultou na cátedra de professor titular da Universidade de Santiago de Compostela, no ano de 2005, e está dividido em duas partes: "A pedagogia social como ciência pedagógica e social" e "A pedagogia social como construção histórica". É a partir do movimento entre os critérios de cientificidade e a revisão histórica de inúmeras obras e autores que surge a metáfora das fronteiras, utilizada pelo autor.

Embora, no Brasil, existam poucos estudos nessa área do conhecimento, na Europa, em especial na Espanha, muitas são as produções sobre a pedagogia social como ciência da educação. A emergência dessa prática pedagógica é datada no século XIX, na Alemanha, mas é ao longo do século XX que a pedagogia social se consolida e se transforma em formação acadêmica.

Como contraponto, no Brasil de hoje multiplicam-se práticas socioeducativas que prescindem de base teórico-metodológica em que a educação aparece como qualificativo do social, ou melhor, da ação assistencial. Aqui, ainda prevalece a idéia de que a educação é prática eminentemente escolar e que as ações do campo social podem ser realizadas por pessoas leigas e com baixa escolarização.

Nesse sentido, a obra de Caride é reveladora ao reivindicar maior protagonismo à educação na vida cotidiana e na garantia da cidadania ativa e, para tanto, analisa o lugar da pedagogia social como ciência das humanidades e do social. Parte do contexto da ciência moderna e sua importância para o desenvolvimento da era industrial, ao mesmo tempo em que apresenta os limites éticos e o potencial de risco que ameaça o futuro da humanidade diante do abuso do saber científico. Crítico da supremacia do método, em especial dos modos de concebê-lo e aplicá-lo, reconhece que resulta impossível imaginar o avanço da ciência prescindindo da objetividade e do rigor inerente ao método. Reforça, outrossim, para destacar a inexistência da unicidade do método científico, que: a) cada disciplina científica tem exigências particulares; e b) devemos optar por um método em função do tipo de conhecimento que pretendemos produzir.

Do reconhecimento da curiosidade universal, o autor reforça a indissociabilidade entre ciência e filosofia. Da primeira resgata o rigor, a clareza conceitual e a constatação empírica das representações e, da segunda, por uma inspiração ainda não realizada, reforça a relação entre ambas. A partir desse contexto e considerando os quesitos para que um conhecimento receba o atributo de científico, Caride afirma que a pedagogia social é uma ciência em construção, cuja provisoriedade destaca a dúvida sistemática, a perplexidade e a curiosidade. Com denso percurso histórico, agrega conhecimento aos saberes pedagógicos e sociais e às práticas exercidas por pessoas e por instituições.

O caminho realizado pelo autor para definir a pedagogia social como ciência envolve linhas de investigação em cursos de graduação e pós-graduação. As pesquisas sustentam aproximações com saberes acadêmicos e compartilham consensos produzidos pelas comunidades científicas européias. Para tanto, Caride expressa a necessidade de demarcar um campo de reflexão, de estudo e de investigação que sustente uma disciplina científica relativamente autônoma que investigue, teorize, conceitualize, organize e sistematize conhecimentos relativos à prática profissional de educadores sociais; que reconheça a complexa realidade educativo-social e tenha possibilidade de transformá-la; que considere a origem ético-moral das ações e intervenções propostas e dos objetivos pedagógicos e sociais e que, em última instância, provoque mudanças na forma de ser e estar no mundo de sujeitos individuais e sociais.

A intencionalidade, por sua vez, constitui-se em um elemento fundamental para a construção epistemológica da pedagogia social, devendo justificar as razões pelas quais fundamenta a decisão de intervir. Afirmam Gleiber e Hege, citados por Caride (p. 14), que "[...] os processos de aprendizagem da reflexão crítica é orientação para uma ação inovadora" ao destacar a oportunidade do pedagogo social em atuar intencionalmente sobre situações problemáticas ou de conflito.

Assim, o livro aborda a pedagogia social como ciência, disciplina e profissão!

A obra demonstra que a pedagogia social/educação social e o trabalho social/serviço social compartilham práticas e objetivos que, por vezes, acabam por apresentar a pedagogia social como atividade pedagógica do trabalho social. Entretanto, apesar das convergências, o destaque dá-se por conta de que a pedagogia social e o serviço social são identificados como profissões distintas.

O trabalho social/serviço social sustenta-se sobre um ação-intervenção realizada em favor da defesa dos direitos da cidadania e do acesso aos serviços de bem-estar. A pedagogia social supera a lógica do bem-estar social para uma perspectiva complexa que se aproxima dos conceitos de qualidade de vida, desde intervenções e finalidades pedagógicas. Ambas, intervenções e finalidades, afirma o autor, promovem o desenvolvimento humano e a qualidade do viver. Tal afirmação considera duas orientações principais, tratadas na obra: a necessidade de enfrentamento às situações de risco que inibem ou dificultam a integração social, especialmente dos que estão mais expostos aos processos de exclusão social, precariedade e dependência, e a confirmação do compromisso de resgate de uma sociedade qualitativa e quantitativamente mais igualitária, justa e unida.

Com o firme propósito de reafirmar a pedagogia social como ciência, Caride ressalta o saber normativo pertinente à ela, confirmando o sentido intencional, teleológico e axiológico dos processos educativos que concebem o dever pedagógico social como resposta reflexiva, consciente e estratégica. A natureza contextual das atuações teórico-práticas são apresentadas em dupla perspectiva: associa a emergência do desenvolvimento científico, acadêmico e profissional da pedagogia social às problemáticas educativas e sociais emergentes e, antevendo o futuro, prevê como desafio à profissão do pedagogo social a atuação sobre as novas formas de encaminhar o jogo social referente aos patrimônios e às heranças culturais.

Por sua vez, como ciência praxiológica que faz convergir conhecimento, reflexão e ação, destaca os vários caminhos para construir e aplicar os conhecimentos da pedagogia social. Valoriza o perfil crítico-reflexivo e dialético e destaca seis grandes áreas de atuação: a educação permanente, a formação laboral e ocupacional, a educação no/para o tempo livre, a animação sociocultural e o desenvolvimento comunitário, a educação especializada e a educação cívico-social.

Quanto à historiografia, o esforço concentra-se no tempo histórico e na relação deste com o contexto, isto é, busca elucidar os discursos que se fundam em determinados contextos sociais. Descreve a história das práticas assistenciais desde a sua origem ligada aos poderes políticos e às instituições religiosas para a cobertura das necessidades sociais, presentes na Idade Média. Na contemporaneidade, tais demandas se apresentam na forma de práticas de educação não-escolar que, com intervenções diversas, descortinam uma realidade que demanda formação profissional específica.

Para finalizar, Buj Gimeno, citado pelo autor, a partir dos estudos de educadores alemães, reforça a tese de que a pedagogia social é pedagogia e, portanto, define-se por sua dimensão social. Assim, na perspectiva dos pesquisadores da Alemanha, pensar a pedagogia como social traduz-se em uma redundância. A brasileira Marlene Ribeiro,1 em artigo recente, também intensifica a tese de que toda a educação é social, e reforça a idéia da repetição presente em Gimeno e outros.

No Brasil, não está em pauta a formação acadêmica do pedagogo social, no entanto, estamos diante de um campo complexo e contraditório, o da educação no campo social. Da história da educação popular, em especial, a partir dos estudos de Paulo Freire, é possível verificar que ela tem sido metamorfoseada pela emergência das políticas públicas do terceiro setor, as quais evidenciam outros contornos à educação popular e comunitária. Os projetos socioeducativos voltados a populações vulnerabilizadas socialmente são um exemplo.

Não obstante, os estudos de Caride e dos demais autores citados por ele contribuem com uma área do conhecimento que, no Brasil, dá seus primeiros passos em direção à formação acadêmica ou em serviço de educadores sociais. Tal contribuição pode provocar um tensionamento na trajetória das práticas assistencialistas e compensatórias voltadas às populações mais vulnerabilizadas à medida que faz chegar à educação não-escolar questionamentos em torno da necessidade da sua profissionalização.

Um encontro qualificado da educação com o social demanda por uma aproximação com a pedagogia social, se não como profissão, nos moldes da Europa e alguns países da América Latina, ao menos como área transdisciplinar de conhecimento. Nessa perspectiva, pretendemos explorar outros cenários que vislumbrem a possibilidade de a educação constituir-se como direito e potência para os sujeitos, em um encontro com os outros e com o mundo. Sem perder de vista sua temporalidade, a sua necessária vinculação institucional sob a responsabilidade do Estado, a pedagogia social, desde a sua transversalidade, deverá agregar à educação valores que favorecem, entre outros, a emergência de uma cultura da solidariedade e uma ética do cuidado.





1 RIBEIRO, Marlene. Uma educação social faz sentido? Alguns apontamentos. S.d. Disponível em: . Acesso em: 4 de abril de 2006. [ Links ]

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